domingo, 24 de junho de 2012

O MUNDO ENCANTADO DE MONTEIRO LOBATO



Monteiro Lobato (1882-1948) é considerado por escritores e críticos como o grande clássico da Literatura Infantil Brasileira, aquele cuja obra estimulou a criação de outras obras de importantes escritores. Os 22 títulos que contêm as aventuras da turma do Sítio do Picapau Amarelo se inscrevem numa tradição que não pode ser ignorada por quem queira compreender esta nossa cultura.
Por ter sido um entusiasta de estudos sobre a cultura nacional, Lobato denunciava veemente a valorização excessiva de modelos estrangeiros. Ao mesmo tempo, porém, o escritor reconhecia a permeabilidade e as possibilidades de diálogo fértil entre as culturas. Assim, embora criticasse a falta de um estilo nacional e  a importação de modelos europeus nas artes plásticas e na literatura, Lobato tornou o Sítio um lugar em que convivem personagens originários de diversas culturas, de extração erudita e popular. Entre outras palavras, no universo mítico do Sítio, a cultura estrangeira é incorporada à brasileira, num espaço povoado por seres brasileiros, por costumes locais, temperado por uma culinária que recende a bolinhos de polvilho, café e jabuticabas.



Crianças de diferentes gerações conheceram as personagens do Sítio e suas aventuras sem nunca terem lido os livros que lhes deram vida. Essa forma de primeiro acesso ao universo lobatiano não tira o mérito da leitura subsequente. Pelo contrário. Seu alcance e permanência reforçam a relevância da obra de Lobato no nosso imaginário, seja pela fantasia, seja pela representação realista do mundo. Em outras palavras, os produtos da indústria cultural audiovisual não substituem a leitura do livro: podem dialogar com ela.




Quando chegam ao Ensino Fundamental, as crianças trazem em sua bagagem um conjunto de histórias a que tiveram acesso por diferentes meios, em versões transformadas, pasteurizadas, destituídas de conflitos, da violência e da intensidade de suas versões originais. Se uma das funções da escola é a formação cultural dos seus alunos, é importantíssimo que ela garanta o acesso aos textos clássicos integrais por meio da sua leitura, por mais que personagens e enredo já sejam conhecidos.
Não se trata de uma leitura de repetição, se concordarmos com Ítalo Calvino:
" Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de feto mais se revelam novos, inesperados, inéditos."





LITERATURA INFANTIL LOBATIANA


1920- A Menina do Narizinho Arrebitado
1921- Fábulas de Narizinho
1921- Narizinho Arrebitado
1921- O Saci
1922- O Marquês de Rabicó
1922- Fábulas
1924- A Caçada da Onça
1924- Jeca Tatuzinho
1924- O Noivado de Narizinho
1927- As Aventuras de Hans Staden
1928- Aventuras do Príncipe
1928- O Gato Félix
1928- A Cara de Coruja
1929- O Irmão de Pinóquio
1929- O Circo de Escavalinho
1930- Peter Pan
1930- A Pena de Papagaio
1931- Reinações de Narizinho
1931- O Pó de Pirlimpimpim
1932- Viagem ao Céu
1933- Caçadas de Pedrinho
1933- Novas Reinações de Narizinho
1933- Histórias do Mundo para Crianças
1934- Emília no País da Gramática
1935- Aritmética da Emília
1935- Geografia de Dona Benta
1935- História das Invenções
1936- Dom Quixote das Crianças
1936- Memórias da Emília
1937- Serões de Dona Benta
1937- O Poço do Visconde
1937- Histórias de Tia Nastácia
1938- O Museu da Emília
1939- O Picapau Amarelo
1939- O Minotauro
1941- A Reforma da Natureza
1942- A Chave do Tamanho
1944- Os Doze Trabalhos de Hércules
1947- Histórias Diversas



FONTE:  Revista CARTA FUNDAMENTAL/ MARÇO-2011



Um abraço a todos... e boas leituras!










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