quinta-feira, 30 de maio de 2013

MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO....QUAL É O MELHOR?






O melhor método para a alfabetização é um discussão antiga entre os especialistas no assunto e também entre os pais quando vão escolher um escola para seus filhos começaram a ler as primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino, especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo menos, melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança da forma de pensar a educação, que passou de ser vista da perspectiva de como o aluno aprende e não como o professor ensina.


São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado. Desde o método fônico, adotado na maioria dos países do mundo, que faz associação entre as letras e sons, passando pelo método da linguagem total, que não utiliza cartilhas, e o alfabético, que trabalha com o soletramento, todos contribuem, de uma forma ou de outra, para o processo de alfabetização.


­Qual é o melhor método?

Neste artigo, você vai conhecer os métodos de alfabetização mais utilizados, como funcionam, quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles, além da orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa, adotados pelo governo federal.

A proposta deste artigo não é apontar o melhor método de alfabetização, até porque os educadores e especialistas não têm um consenso sobre o tema. Pretendemos apenas mostrar as características de cada método para que os pais conheçam mais profundamente o método que está sendo aplicado na educação de seus filhos.

• Método Sintético

O método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado por letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.

Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto.

No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.

Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com compreensão.

Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e professores no aprendizado, apresentando um fonema e seu grafema correspondente por vez, evitando confusões auditivas e visuais.

Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia.

• Método Analítico

O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.

Este método pode ser divido em palavração, sentenciação ou global. Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra. Primeiro, existe o contato com os vocábulos em uma sequência que engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de um certo número de palavras, inicia-se a formação das frases.

Na sentenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora.

• Método Alfabético

Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias.

Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas.

As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola.
O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores leigos, através da repetição das Cartas de ABC, e na alfabetização doméstica.


• Método Fônico

O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.

O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.

O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas.

Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopeia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.

Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.

A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?


A velha cartilha Caminho Suave

Centro de Referência em Educação Mário Covas
Uma das primeiras capas da cartilha


A grande maioria dos brasileiros alfabetizados até os anos de 1970 e início dos 80 teve na cartilha Caminho Suave o seu primeiro passo para o aprendizado das letras. Com mais de 40 milhões de exemplares vendidos desde a sua criação, a cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Lima, que morreu em 2001, aos 90 anos, teve um grande sucesso devido à simplicidade de sua técnica.

Na tentativa de facilitar a memorização das letras, vogais e consoantes, e depois das sílabas para aprender a formar as palavras, a então professora Branca, no final da década de 40, criou uma série de desenhos que continham a inicial das palavras: o “A” no corpo da abelha, o “F” no cabo da faca, o “G”, no corpo do gato.

Por causa da facilidade no aprendizado por meio desta técnica, rapidamente a cartilha tornou-se o principal aliado na alfabetização brasileira até o início dos anos 80, quando o construtivismo começou a tomar forma. Em 1995, o Ministério da Educação retirou a cartilha do seu catálogo de livros. Apesar disto, estima-se que ainda são vendidas 10 mil cartilhas por ano no Brasil.


Os parâmetros nacionais e o método construtivista

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecido como PCN´s, são uma espécie de manual para as escolas sobre como deveria ser a orientação para o ensino, de acordo com o Ministério da Educação. Criado em 1998, este documento tem como função orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.

Os PCNs propõem um currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja em consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. "Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado", diz o documento.

Os PCN´s foram estabelecidos a partir de uma série de encontros, reuniões e de discussão realizados por especialistas e educadores de todo o país, de acordo com as diretrizes gerais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases. Segundo o MEC, estes documentos foram feitos para ajudar o professor na execução de seu trabalho, servindo de estímulo e apoio à reflexão sobre a sua prática diária, ao planejamento das aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo da escola, formando jovens brasileiros para enfrentar a vida adulta com mais segurança.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana Teberowisky e Emília Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o conhecimento que a criança tem antes de ingressar no estabelecimento. A sua ênfase é na leitura e na língua escrita.

Os construtivistas são contra a elaboração de um material único para ser aplicado a todas as crianças, como as cartilhas, e rejeitam a prioridade do processo fônico. Por este método, as escolas, durante o processo de alfabetização, devem utilizar textos que estejam próximos do universo da criança.

Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa, vindos de famílias menos letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito pequena, dificultando a sua adaptação a este método.



Por Christianne Visvanathan



FONTE:

http://mundinhodacrianca.blogspot.com/


domingo, 26 de maio de 2013

O ALFABETO NA SALA DE AULA...NÃO PODE FALTAR!





Pendurado na parede desde o primeiro dia de aula, ele ocupa uma posição central na classe - de preferência, acima do quadro, no campo de visão de todos os alunos. Material de apoio precioso para um ambiente alfabetizador na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, é a ele que os pequenos recorrem quando querem encontrar uma letra e saber como grafá-la. Se sabem que "gato" se escreve com G, mas esqueceram o jeitão dele, é só caminhar pela sequência de letras até encontrá-lo. Se na hora de escrever "mar" bater a dúvida de quantas perninhas tem o M, a resposta também está lá. O alfabeto da classe é um companheiro permanente para quem ensaia os primeiros passos no universo da escrita.
Não espanta o consenso de que um alfabeto, organizado em cartazes ou painéis de tamanho razoável, deve estar presente em toda - sim, em toda - sala de alfabetização inicial. Afinal, ele é um precioso instrumento de consulta para as situações de escrita, uma das quatro situações didáticas mais importantes nesse processo (as outras três são a leitura pelo professor, a leitura pelo aluno e a produção oral com destino escrito, quando o professor atua como escriba). Se você leciona para pré-escola, 1º ou 2º ano, precisa dominar essas práticas.

Para que o alfabeto realmente ajude na compreensão do funcionamento da escrita, é preciso saber usá-lo. Isoladamente, ele não é nada além de uma lista de letras. Apenas mandar a garotada ler a sequência de A a Z não faz ninguém avançar na alfabetização. "Memorizar a ordem das letras é importante, mas esse saber deve ser acionado pelas crianças durante atividades de reflexão sobre a escrita", afirma Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.


FONTE:

REVISTA NOVA ESCOLA



AS PARTICULARIDADES DAS ESCRITAS SILÁBICO-ALFABÉTICAS







Imagine-se numa sala de concertos, apreciando uma orquestra, com violinos, trombones, violoncelos e flautas, entre outros instrumentos. Você seria capaz de distinguir entre os sons produzidos pelos de sopro e os de corda? A maioria dos leigos em música considera isso difícil. Da mesma forma, identificar os sons que compõem uma sílaba é uma tarefa complexa para os alunos que estão na transição da hipótese de escrita silábica para a silábico-alfabética. Essa analogia foi feita pela psicolinguista argentina Emilia Ferreiro, que sintetizou as conclusões a que chegaram pesquisadores por ela orientados no recente artigo: 
A Desestabilização das Escritas Silábicas: Alternâncias e Desordem com Pertinência




Análises de escritas de crianças como Maria, 5 anos, foram a base da pesquisa da argentina Claudia Molinari. Desafiada a escrever sopa, a menina produz primeiramente uma escrita silábica: OA. Insatisfeita com a quantidade de letras - já que nessa fase a maioria das crianças acredita que sejam necessárias no mínimo três para garantir uma escrita legível -, ela acrescenta SP. O resultado final é OASP. "Todas as letras da palavra estão ali, mas em desordem (...). O que Maria produz são duas escritas silábicas justapostas", pontua Emilia. 


Em outra etapa do estudo, ela observou crianças realizando a tarefa de escrever consecutivamente uma mesma lista, primeiramente com lápis e papel e, em seguida, no computador. Focou a análise, portanto, em pares de palavras, o que evidenciou produções intrigantes, como as de Santiago, 5 anos. No caderno, ele representa soda como SA e na tela como OD. Salame vira SAM no papel e ALE na tela. Apesar de conhecer todas as letras de soda e de salame, ele não as coloca juntas. O fenômeno, explica Emilia, é chamado de alternâncias grafofônicas. 

Soluções curiosas como a de Maria e Santiago já haviam sido observadas pela pesquisadora mexicana Graciela Quinteros. Ela notou que crianças com hipótese silábica usavam algumas letras com três funções específicas - não correspondentes ao som da sílaba propriamente dito: 

- Recheio gráfico: Para separar vogais iguais ou preencher um espaço dentro da palavra ou no fim dela.



A    P A E    A 


á               gua



AM     OA
ma      çã 
- Curinga: Como substituta de uma sílaba ou de uma consoante que a criança não sabe grafar. A mesma letra aparece como curinga em várias palavras. 


O   MA    B 


to   ma   te



AB    CI
ca    qui 
- Nome da sílaba: Para escrever uma sílaba inteira. É comum o uso do K para CA e do H para GA. 


BI    H     D   RO 


bri  ga  dei   ro 



K   SA
ca  sa


Alternâncias grafofônicas, escritas silábicas justapostas, uso de letras como recheio gráfico, curinga e substitutas de uma sílaba. As sofisticadas soluções são usadas pelos que estão saindo da hipótese silábica com valor sonoro convencional e construindo uma silábico-alfabética. A informação tem grande valor para o trabalho de professores como Danielle Araujo, da EMEF Madalena Caltabiano Salum Benjamim, em Pindamonhangaba, a 146 quilômetros de São Paulo, e da EMEF Professor Ernani Giannico, em Tremembé, a 135 quilômetros da capital paulista. 




Para não confundir esses avanços com retrocessos, ela procura fazer avaliações criteriosas. Esse é um ponto crucial, já que aparentemente a escrita dos silábicos é mais estável e fácil de interpretar, diferentemente da dos silábico-alfabéticos. "Quando estudei o artigo da Emilia sobre desordem e alternâncias, passei a ver coisas que antes não via." Para conseguir enxergar e distinguir as peculiaridades dos silábicos-alfabéticos, Danielle se vale das sondagens individuais. 


Ao identificar que o estudante está nessa fase intermediária entre a hipótese silábica e a conquista da base alfabética, como fazê-lo avançar? "É preciso criar situações didáticas que favoreçam a reflexão sobre o sistema alfabético de escrita, levando-o a analisar o interior das sílabas", explica. Isso é útil quando ele se depara com palavras que começam e terminam com a mesma letra. Para identificar a que procura, a criança tem de analisar as letras do meio. O trabalho de Danielle se desdobra com Laiane de Oliveira, do 4º ano, que tem deficiência intelectual. Para que ela aprenda a ler e escrever, a professora flexibiliza as atividades (leia o quadro na próxima página).




Os erros mais comuns:


- Perguntar à criança "que letra está faltando?". Se ela soubesse, já teria colocado. O melhor é pedir que leia o que escreveu para que ela mesma decida por alguma alteração. 




- Pedir que o aluno ouça o som da sílaba. O problema não é de audição, mas de concepção de escrita. Daí a importância de compreender como ele está pensando. 


- Não orientar os estudantes por achar que eles devem construir a escrita sozinhos. É preciso oferecer a todos informações sobre a grafia das palavras, além de sugerir a eles fontes escritas e a troca com os colegas.


FONTE:
REVISTA NOVA ESCOLA


sexta-feira, 24 de maio de 2013

A FAMÍLIA NA ESCOLA




Ao final de cada bimestre, as escolas reúnem os pais, a fim de conversar sobre os alunos e fazer a entrega dos boletins.
Porém, uma reunião de pais não pode ser simplista ao ponto de se voltar apenas para questões comportamentais e de notas.
Ao contrário, a cada momento com os familiares dos alunos, a escola deve estar preparada para demonstrar o desenvolvimento do trabalho pedagógico, dando segurança aos pais de que aquele ambiente bem como os profissionais que ali atuam estão capacitados para promover a aprendizagem.
Para que isso aconteça e os pais saiam satisfeitos da reunião, descreva os progressos de cada aluno, como chegou à determinada série e como têm evoluído, quais aprendizagens já conquistou, como está seu aspecto emocional, sua socialização com o grupo, a segurança quanto aos conteúdos trabalhados, a concentração durante as aulas, principais habilidades, principais dificuldades, sua participação e envolvimento com os mesmos, além do compromisso com as tarefas e pesquisas sugeridas.
É importante ressaltar sobre a participação da família para se atingir um processo educativo de qualidade. As crianças precisam de atenção, têm necessidade em compartilhar suas tarefas com os pais, precisa da opinião do outro para satisfazer seu ego.
Através de reuniões constantes com o grupo de profissionais da escola, os mesmos vão tendo segurança em compartilhar esses elementos com os familiares dos estudantes, pois as discussões em grupo favorecem uma dinâmica de troca de experiências que só tende a enriquecer o trabalho pedagógico da instituição.
Para garantir a qualidade da reunião e a satisfação dos pais quanto à mesma, a escola deve se preocupar em promover um momento pedagógico de qualidade. Seguem algumas sugestões:
- Iniciar a reunião com a leitura de um texto sobre relacionamento entre pais e filhos pode ser uma ótima oportunidade para reflexão de todos, além de abrir espaços para discussões acerca do tema;
- Algumas dinâmicas podem ser propostas a fim de integrar a equipe escolar aos pais, dando abertura para os mesmos se arriscarem em algumas tarefas. Com isso, um momento de tensão torna-se uma ocasião de convivência harmoniosa e aconchego, experiências positivas para todos os envolvidos;
- A reunião deve ter uma pauta de assuntos a serem tratados, para não se voltar para casos isolados, o que sempre acontece;
- Depois de discutidos os temas da pauta, finalize a reunião abrindo espaço para esclarecimento de dúvidas e sugestões. Nesse momento, os professores deverão entregar uma pequena lembrança da reunião.

Com certeza uma reunião bem planejada é sempre um sucesso e agrada a todos, além de ser uma demonstração da qualificação dos profissionais da escola.
Por Jussara Barros



quarta-feira, 22 de maio de 2013

COMPREENDENDO OS NÍVEIS DE ALFABETIZAÇÃO (ESCRITA)



 
 

NÍVEIS DE ESCRITA

Níveis de escrita

- Pré - silábico
- Silábico sem valor sonoro
- Silábico com valor sonoro
- Silábico – alfabético
- Alfabético

NÍVEL PRÉ-SILÁBICO

- Reconhecem que as letras desempenham um papel na escrita. Compreendem que somente com as letras é possível escrever;
- As crianças acreditam que para poder ler não podem haver duas letras iguais, uma ao lado da outra;
- A vinculação com a pronúncia ainda não é percebida;
- A ordem das letras na palavra não é importante;
- A escrita das palavras não é estável;
- Para que seja possível ler ou escrever uma palavra, torna-se necessária uma variedade de caracteres gráficos;
- As crianças de modo geral, exigem um mínimo de três letras para ler ou escrever uma palavra; - Relaciona a escrita do nome dos objetos com o tamanho dos mesmos, coisas grandes (nomes grandes), coisas pequenas(nomes pequenos);
- Utiliza letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra;
- Só a criança sabe o que quis escrever;

PROPOSTA DE TRABALHO

- Iniciar com palavras significativas para ela (nome, rotina, objetos da sala…);
- Associações, agrupamentos, formas, quantidades, posição e ordem da letra inicial e final de palavras, com a finalidade de que a criança adquira um repertório de letras que permitam à ela escrever;
- Trabalhos em grupo para socialização e construção de conhecimentos;
- Jogos de bingo, memória, quebra-cabeça etc;

NÍVEL SILÁBICO SEM VALOR SONORO

- A criança percebe que é possível representar graficamente a linguagem oral;
- Conhecimento limitado das letras do alfabeto e de sua forma gráfica;
- Utiliza-se de letras que podem não representar os respectivos sons;
- Após escrever uma palavra acrescenta mais letras;
- Ainda nesta fase, pode escrever uma frase utilizando uma letra para cada palavra;

SILÁBICO COM VALOR SONORO

- Conhecimento da maioria das letras do alfabeto e de sua forma gráfica.
- Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
- Ainda acontece de escrever uma palavra e acrescentar mais letras;
- Também é possível que que escrevam uma frase utilizando uma letra para cada palavra;

PROPOSTA DE TRABALHO

- Completar as palavras com sílabas iniciais, dando mais de uma possibilidade;
- Cruzadinhas com mais de uma alternativa para cada resposta;
- Trocar determinada letra de uma palavra, percebendo a formação de outra;
- Escrever a palavra colocando uma letra em cada quadradinho;
- Cruzadinhas;
- Jogos de dominó;
- Sílabas móveis;

NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO

- A criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como unidade, mas que ela é composta por elementos menores – as letras
- Procura acrescentar letras à escrita da fase anterior (silábica);
- Grafa algumas letras completas e outras incompletas (com uma só letra por sílaba). Usa as hipóteses dos níveis silábico e silábico-alfabético ao mesmo tempo;
- Nesta fase a criança inicia a leitura independente de textos, palavras, dos livrinhos de literatura, entre outros portadores de textos;
- As crianças tem dificuldades na leitura e escrita de palavras que são iniciadas por vogais. Como saída, elas podem fazer a inversão das letras tanto na leitura como na escrita;

PROPOSTA DE TRABALHO

- Completar lacunas em palavras e textos;
- Jogos variados com gravuras e palavras;
- Autoditado;
- Atividades com rimas, sons iniciais, finais e medianos das palavras;
- Formação de novas palavras, através da retirada de uma ou mais letras de uma palavra significativa ou dos próprios nomes das crianças;

NÍVEL ALFABÉTICO

- Compreende que a escrita tem uma função social: a comunicação;
- A criança consegue estabelecer uma vinculação mais coerente entre leitura e escrita;
- Ela concentra-se na sílaba para escrever;
- Surge a adequação do escrito ao sonoro;
- As unidades linguísticas (palavras, sílabas, letras) são tradas como categorias estáveis (antes não tinham para a criança nenhuma relação entre si);
- Escreve do jeito que fala (presença da oralidade na escrita);
- Leitura com imagem ou sem imagem;
- Surgem os problemas relativos à ortografia.
- Pode ainda não separar todas as palavras nas frases;
- As crianças atingem a hipótese alfabética quando compreendem que, na escrita, as letras combinadas representam os sons da fala e que a escrita obedece regras convencionadas socialmente. Alfabetizaram-se.

PROPOSTA DE TRABALHO

- Elaboração de frases;
- Reescrita de textos que saibam de memória;
- Ordenar as frases e palavras de um texto pequeno que saibam de memória;
- Ler os títulos das histórias que estão em uma lista;
- Localizar palavras dentro de um texto;
- Escrever um final diferente para uma história conhecida pela criança;
- Utilizar do dicionário;
- Escrever legendas em fotos, desenhos…;
- Completar a receita com os ingredientes que faltam.

AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS:

- Hipótese pré-silábica com as de hipótese sem valor sonoro.
- Hipótese silábica sem valor com as de hipótese com valor.
- Hipótese silábica com valor com as de hipótese silábico-alfabética.
- Os já alfabéticos trabalham entre si.

LEMBRETES PARA O PROFESSOR

- Começar sempre por atividades que as crianças acham interessantes, com o cuidado de ir criando outras necessidades;
- As atividades devem permitir o envolvimento das crianças em níveis diferentes. Cabe ao professor organizá-las de acordo com as necessidades da turma ou dos subgrupos.Uma mesma atividade pode ser organizada para todos.
- Escolher atividades que favoreçam a passagem de um nível de contextualização a outro (que criem desafios e levem a novas hipóteses).
- Trabalhar, sempre que possível, com atividades interdisciplinares que estabeleçam relações com outros conhecimentos.
- Perceber o “erro” do aluno como um estágio para alcançarem um nível mais elaborado.

SONDAGEM

É uma atividade de escrita que envolve num primeiro momento, a produção espontânea e sem apoio de outras fontes escritas de uma lista de palavras conhecidas pelos alunos. Ela pode ou não envolver a escrita de uma frase simples.
É uma situação de escrita que deve, necessariamente,ser seguida da leitura pelo aluno daquilo que escreveu.
ATENÇÃO: Se algum aluno se recusar a escrever, ofereça-lhe letras móveis.



 
FONTE: