Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução
Para que uma criança possa constituir-se enquanto leitora, de forma a fazer da leitura uma parte querida e importante de sua vida, é preciso que ela tenha a oportunidade de conviver com livros e leitores, compartilhando práticas de leitura. Algumas das crianças têm essa convivência assegurada na sua vida familiar, mas muitas dependem da escola para ter acesso a ela. Esse projeto institucional de leitura é pensado para garantir as condições para que essa convivência ocorra.
Para isso, ele se divide em duas partes: a primeira trata de como instituir atividades habituais de leitura a fim de que a biblioteca de sala efetivamente se constitua como um espaço de convivência entre leitores:
Para isso, ele se divide em duas partes: a primeira trata de como instituir atividades habituais de leitura a fim de que a biblioteca de sala efetivamente se constitua como um espaço de convivência entre leitores:
- Organizando a biblioteca de sala.
- Instituindo o empréstimo de livros para leitura em casa.
- Preparando-se para atuar como modelo de leitor.
E uma segunda parte, com propostas de rodas de comentários e indicação de leituras e de círculos de leitura:
- Conversando sobre livros: as rodas de biblioteca.
- Trabalhando com círculos de leitura.
Organizando a biblioteca de sala
Sendo a biblioteca de sala o espaço privilegiado em que as crianças poderão conviver com livros e leitores, a escolha do acervo é um passo importantíssimo. No contexto da escola pública, esse acervo é parte de um conjunto maior: o dos livros da escola ou o dos livros da biblioteca escolar. Por isso, é fundamental que conhecer bem para fazer suas escolhas. Também é importante que a equipe de professores da escola explore coletivamente esse acervo e troque ideias sobre boas escolhas de livros tendo em vista o que conhece sobre as preferências leitoras da faixa etária com a qual trabalha.
Tendo em mente que novos leitores são formados na interação com leitores experientes e materiais de leitura de qualidade, os livros escolhidos para a biblioteca de sala devem ter o potencial de ampliar o universo leitor das crianças, ou seja, devem contemplar diferentes gêneros, conter livros de variada extensão, de autores nacionais e estrangeiros, clássicos e contemporâneos, pensados para o público infantil e pensados para o público em geral e apresentados em variados portadores. Além disso, sempre que possível, é interessante que alguns livros desse acervo sejam escolhidos pelas crianças.
2ª etapa
Selecionado o acervo, a próxima etapa é apresentar esses livros às crianças para organizá-lo. A organização e o cuidado com o acervo devem ser tarefas compartilhadas com as crianças, estabelecendo coletivamente critérios para a classificação dos livros (por exemplo, etiquetas vermelhas para livros de contos, verdes para livros que falem sobre curiosidades dos animais, separar livros de uma mesma coleção etc.). Também devem ser compartilhados os cuidados e o compromisso com a conservação do acervo. É importante ressaltar que quanto mais as crianças estejam envolvidas com a organização dele e sejam apresentadas as leituras que as encantam, maior é o compromisso que elas passam a ter com a conservação dos livros, já que lhes foi possível atribuir sentido a práticas de leitura e ao uso desse objeto tão especial que é o livro.
3ª etapa
O espaço onde ficam os livros deve ser organizado de forma a convidar à leitura: livros acessíveis, visíveis, num espaço da sala onde as crianças possam se sentar para ler, compartilhar a leitura de um livro com um amigo.
4ª etapa
É importante que o acervo da biblioteca de sala seja periodicamente renovado a fim de que as crianças possam encontrar novas histórias, novos autores e gêneros. A oportunidade de se defrontar com o novo, de se surpreender, de fazer novas descobertas é algo fundamental para criar o hábito da leitura. Uma boa solução para isso é fazer o rodízio do acervo entre as salas da escola a cada dois ou três meses.
5ª etapa
Não basta o acesso aos livros. O essencial é conviver com leitores e poder compartilhar de suas práticas. Delia Lerner, nos coloca que "realmente, para comunicar às crianças os comportamentos que são típicos do leitor, é necessário que o professor os encarne em sala de aula, que proporcione a oportunidade a seus alunos de participarem em atos de leitura que ele mesmo está realizando, que trave com eles uma relação de leitor para leitor".
Assim, por meio da mediação do professor, a criança atribui significado às diferentes práticas de leitura, desenvolve gostos e preferências quanto a autores e gêneros, cria laços afetivos com livros e histórias e vai começando a ver a si mesma como uma leitora.
E o professor é aquele que, ao compartilhar motivos, estratégias e interesses, abre para as crianças as portas do mundo maravilhoso da literatura e da poesia e mostra como ler e escrever são instrumentos importantíssimos para interagir em sociedades como a nossa. Ele faz isso quando compartilha com as crianças, lendo para elas uma notícia que o espantou ou lhe despertou a curiosidade; quando procura junto com as crianças, em livros ou enciclopédias, respostas para temas que interessam sua turma; quando lê um poema que o emocionou; quando apresenta um livro de um autor que considera especial e divide a leitura dele com seus alunos.
Esse papel do professor como um leitor experiente que compartilha sua prática com as crianças é tão mais essencial quanto menores elas sejam, mas nunca deixa de ser importante. Mesmo quando os alunos já sabem ler, o professor é aquele que apresenta novos gêneros, livros mais extensos, novos autores, pois esses momentos de leitura compartilhados com o professor são um dos grandes trunfos que temos à mão para evitar que o fascínio que os pequenos tinham pela leitura e seu desejo de ler não desapareçam ao longo da escolarização, como, infelizmente, muitas vezes vemos acontecer.
Assim, é fundamental que se preparar para exercer esse papel, lendo previamente os livros cuja leitura irá compartilhar com as crianças, pensando em que comentários e relações ele pode compartilhar, planejando como irá apresentar o livro, que boas questões podem animar uma conversa coletiva sobre a leitura (a esse respeito, veja o próximo item).
Assim, por meio da mediação do professor, a criança atribui significado às diferentes práticas de leitura, desenvolve gostos e preferências quanto a autores e gêneros, cria laços afetivos com livros e histórias e vai começando a ver a si mesma como uma leitora.
E o professor é aquele que, ao compartilhar motivos, estratégias e interesses, abre para as crianças as portas do mundo maravilhoso da literatura e da poesia e mostra como ler e escrever são instrumentos importantíssimos para interagir em sociedades como a nossa. Ele faz isso quando compartilha com as crianças, lendo para elas uma notícia que o espantou ou lhe despertou a curiosidade; quando procura junto com as crianças, em livros ou enciclopédias, respostas para temas que interessam sua turma; quando lê um poema que o emocionou; quando apresenta um livro de um autor que considera especial e divide a leitura dele com seus alunos.
Esse papel do professor como um leitor experiente que compartilha sua prática com as crianças é tão mais essencial quanto menores elas sejam, mas nunca deixa de ser importante. Mesmo quando os alunos já sabem ler, o professor é aquele que apresenta novos gêneros, livros mais extensos, novos autores, pois esses momentos de leitura compartilhados com o professor são um dos grandes trunfos que temos à mão para evitar que o fascínio que os pequenos tinham pela leitura e seu desejo de ler não desapareçam ao longo da escolarização, como, infelizmente, muitas vezes vemos acontecer.
Assim, é fundamental que se preparar para exercer esse papel, lendo previamente os livros cuja leitura irá compartilhar com as crianças, pensando em que comentários e relações ele pode compartilhar, planejando como irá apresentar o livro, que boas questões podem animar uma conversa coletiva sobre a leitura (a esse respeito, veja o próximo item).
6ª etapa
A pesquisadora espanhola Tereza Colomer certa vez, em uma de suas palestras em São Paulo, fez a seguinte analogia para tratar da formação do leitor: para ser leitor, é preciso muitas horas de leitura, da mesma forma que para ser um piloto de avião é necessário muitas horas de voo antes de tirar o brevê. Ela explicou que são necessárias variadas experiências de leitura, continuadas ao longo do tempo, para que se desenvolvam preferências para que a leitura se torne crítica e para que ela se transforme numa parte importante da vida de determinada pessoa. Assim, o empréstimo de livros da biblioteca da escola ou de sala é essencial para multiplicar as oportunidades de leitura possíveis para cada uma das crianças, pois, além das situações de leitura propostas na escola, um novo espaço se abre: ler livros de sua própria escolha em casa, compartilhando essa leitura com a família.
FONTE:
REVISTA NOVA ESCOLA
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