Autoestima
(autoimagem ou amor próprio) é a forma pela qual o indivíduo percebe seu próprio
eu. É o sentimento de aceitação da sua maneira de ser. Se a pessoa se percebe de
forma positiva, valorizando suas características, dizemos que tem autoestima
elevada ou positiva. Se há inconformidade entre o que é e o que gostaria de ser,
diz-se que tem baixa autoestima ou autoestima negativa. Indivíduos com baixa
autoestima têm possibilidades maiores de apresentar problemas como depressão e
insucesso profissional, entre outros. O risco de fazerem uso de drogas e
tornarem-se dependentes químicos é também mais elevado. Em geral também são mais
manipuláveis e com mais facilidade cedem às pressões de grupos aos quais desejam
pertencer. Daí porque, dentre as medidas de prevenção ao uso de drogas,
inclui-se hoje o trabalho no sentido de melhorar a autoestima.
Desde
pequena, a criança - através das experiências vivenciadas - vai incorporando
idéias sobre si que influenciarão atitudes posteriores. Pais e professores têm
peso na formação do conceito, embora não sejam os únicos. Mesmo pequena, uma
criança pode se sentir menosprezada quando não levam em consideração seus
sentimentos, se não é ouvida com atenção, caso sem nenhum motivo, lhe dão ordens
aos gritos, e ainda quando não há respeito mínimo pela sua pessoa. Portanto, o
primeiro passo para avaliar até que ponto tratamos com respeito nossos alunos é
avaliar tomando por base os itens acima, Muitas pessoas relacionam-se com os
vizinhos e amigos com educação e deferência, mas não fazem o mesmo com as
crianças.
Quem
deseja fortalecer a autoestima de uma criança deve considerar outro elemento
fundamental: descobrir e ressaltar as qualidades de cada um, evitando, o mais
possível, comparações – especialmente as desabonadoras - com outras crianças.
Todos nós temos, desde a infância, características de personalidade que nos
diferenciam e individualizam. É claro que determinados traços – a capacidade de
fazer cálculos matemáticos com rapidez, por exemplo - são valorizados e tidos
como qualidades, enquanto que outros – a timidez, por exemplo – são encarados
como “defeitos”. Se os adultos que convivem com a criança passam a maior parte
do tempo, ressaltando aquilo que a sociedade convencionou chamar de “defeito”,
ela começa a se ver como incompleta ou incapaz, o que, sem dúvida, irá
contribuir muito pouco para que tenha autoestima elevada. Se, ao contrário, as
qualidades e virtudes são ressaltadas e devidamente estimuladas, a possibilidade
cresce bastante.
Confiar
na criança é também essencial. Se seu filho/aluno lhe relata algo e, em seguida,
você vai “tirar a limpo” o fato, é claro que ele sentirá que não acreditam nele.
A criança reflete a imagem que os pais/professores têm dela. Se não lhe dão
crédito, tende também a não crer em si. Além disso, é preciso demonstrar
confiança na capacidade de ela realizar aquilo a que se propõe. Se a criança diz
que vai fazer uma pintura para a vovó e é estimulada alegre e confiantemente
(“Ah, sim, faça isso... você pinta lindamente e sua avó vai ficar orgulhosa!”),
acreditará na sua capacidade. O mesmo se dá com os professores.
Outro fator importante é não criar expectativas exageradas. Quer dizer, se, desde pequeno, você começa a dizer para seu filho, a família e os vizinhos, tudo que “ele vai ser quando crescer” pode estar ativando um nível de metas que a criança nem sempre se sente capaz de alcançar, tornando-a ansiosa “por fazer coisas sensacionais”. As realizações simples do dia a dia - que, aliás, deveriam ser metas suficientes para todos - como passar de ano, tirar notas boas, ter um bom emprego e uma relação afetiva feliz, acabam obliteradas pelo desejo, por exemplo, de ser o melhor da classe, ter o maior salário ou ser alguém muito famoso. Menos do que isso será considerado sempre muito pouco e, obviamente, motivo de frustração e baixa autoestima.
Basicamente importa ter equilíbrio de forma a não deixar de incentivar a criança a vencer limitações, sem tampouco fazer com que se considere um super-herói, acima ou melhor do que os colegas, adotando posturas prepotentes ou de menosprezo pelos demais.
Outro fator importante é não criar expectativas exageradas. Quer dizer, se, desde pequeno, você começa a dizer para seu filho, a família e os vizinhos, tudo que “ele vai ser quando crescer” pode estar ativando um nível de metas que a criança nem sempre se sente capaz de alcançar, tornando-a ansiosa “por fazer coisas sensacionais”. As realizações simples do dia a dia - que, aliás, deveriam ser metas suficientes para todos - como passar de ano, tirar notas boas, ter um bom emprego e uma relação afetiva feliz, acabam obliteradas pelo desejo, por exemplo, de ser o melhor da classe, ter o maior salário ou ser alguém muito famoso. Menos do que isso será considerado sempre muito pouco e, obviamente, motivo de frustração e baixa autoestima.
Basicamente importa ter equilíbrio de forma a não deixar de incentivar a criança a vencer limitações, sem tampouco fazer com que se considere um super-herói, acima ou melhor do que os colegas, adotando posturas prepotentes ou de menosprezo pelos demais.
Separar
o ato do autor também contribui positivamente. Quando seu filho (ou aluno) fizer
algo inadequado, evite generalizar; não o critique como pessoa. “Eu já sabia que
você era um preguiçoso, mas agora, depois desse boletim, tenho certeza” ou “Nem
preciso perguntar quem quebrou o abajur da sala, o desastrado da casa, quem
mais?!...” - nada mais eficiente do que ataques pessoais, para fazer com que a
criança confirme suas suspeitas: “eu sabia que meus pais (ou professores) não
veem mesmo meus esforços, para que lutar?”.
A confirmação da suspeita de que não tem valor pode consolidar o conceito de menosvalia. Se, ao contrário, ao chamarmos a atenção para o que fizeram de errado, fixando o ato em si (“Isso não combina com você” ou “Tenho certeza que você pode fazer melhor”) estaremos possibilitando seu crescimento e a superação do problema, sem abalar a autoestima. As censuras devem dirigir-se ao fato concreto e não à personalidade ou características da pessoa.
Se, por um lado, é essencial que as crianças cresçam com autoestima positiva, por outro é importante rever a interrelação com a questão dos limites. Muitos pais e professores ficam de tal forma absorvidos pelas questões que envolvem a psique (estrutura mental ou psicológica dos indivíduos) que esquecem de trabalhar outras tão importantes quanto, com graves prejuízos para todo o tecido social. Os últimos trinta anos parecem ter sido os que mais mudanças trouxeram para a família. Tanto que os pais se perguntam: qual é, na atualidade, o mais importante objetivo da educação? Desenvolver auto-estima elevada será suficiente? É importante, mas não suficiente. Há outras questões que não podem ser esquecidas. Por exemplo, pais e educadores precisam dar condições para que os jovens consigam se opor às atitudes que contrariem os princípios éticos da sociedade. E opor-se ao grupo demanda alto grau de segurança, além de limites introjetados. Significa que crianças e jovens têm que estar certos de que solidariedade, justiça e honestidade, não estão “fora de moda”. Precisam acreditar que, mesmo quando parte dos homens não respeita esses princípios, não há a mínima condição de viver com segurança sem eles. Criar adultos dignos – tarefa prioritária da família e da escola - depende basicamente de duas coisas: da maneira pela qual nós, adultos, vivemos o dia a dia e da confiança que temos nos valores que guiam nossas ações. É essa confiança que permite a pais e mestres ter segurança suficiente e necessária para dizer “não” às atitudes antissociais - sem medo de que tais interditos venham a constituir elementos que “possam baixar a autoestima”. É necessário não só sermos íntegros, mas também não duvidarmos da força dos nossos princípios. Quando crianças e jovens percebem nos seus mais fortes modelos (pais e professores) segurança inabalável na retidão, na cooperação, na honra – independente do que estejam fazendo os vizinhos, parentes e amigos – eles muito provavelmente também acreditarão. Se, ao contrário, já que há tanta corrupção e impunidade (bem como tanto medo de que crianças e jovens não tenham condições emocionais para suportar limites) e começam a lassear conceitos ou a repetir diariamente “que o Brasil não tem jeito”, em que irão as novas gerações acreditar? O perigo maior para um jovem não são as drogas - é não crer no futuro e na sociedade. A falta de esperança, essa sim, é que pode levar à depressão, ao individualismo, ao consumismo exacerbado, ao suicídio, à marginalidade e às drogas. Já a convicção num caminho produtivo a ser trilhado faz com que os jovens progridam, estudem e realizem.
A confirmação da suspeita de que não tem valor pode consolidar o conceito de menosvalia. Se, ao contrário, ao chamarmos a atenção para o que fizeram de errado, fixando o ato em si (“Isso não combina com você” ou “Tenho certeza que você pode fazer melhor”) estaremos possibilitando seu crescimento e a superação do problema, sem abalar a autoestima. As censuras devem dirigir-se ao fato concreto e não à personalidade ou características da pessoa.
Se, por um lado, é essencial que as crianças cresçam com autoestima positiva, por outro é importante rever a interrelação com a questão dos limites. Muitos pais e professores ficam de tal forma absorvidos pelas questões que envolvem a psique (estrutura mental ou psicológica dos indivíduos) que esquecem de trabalhar outras tão importantes quanto, com graves prejuízos para todo o tecido social. Os últimos trinta anos parecem ter sido os que mais mudanças trouxeram para a família. Tanto que os pais se perguntam: qual é, na atualidade, o mais importante objetivo da educação? Desenvolver auto-estima elevada será suficiente? É importante, mas não suficiente. Há outras questões que não podem ser esquecidas. Por exemplo, pais e educadores precisam dar condições para que os jovens consigam se opor às atitudes que contrariem os princípios éticos da sociedade. E opor-se ao grupo demanda alto grau de segurança, além de limites introjetados. Significa que crianças e jovens têm que estar certos de que solidariedade, justiça e honestidade, não estão “fora de moda”. Precisam acreditar que, mesmo quando parte dos homens não respeita esses princípios, não há a mínima condição de viver com segurança sem eles. Criar adultos dignos – tarefa prioritária da família e da escola - depende basicamente de duas coisas: da maneira pela qual nós, adultos, vivemos o dia a dia e da confiança que temos nos valores que guiam nossas ações. É essa confiança que permite a pais e mestres ter segurança suficiente e necessária para dizer “não” às atitudes antissociais - sem medo de que tais interditos venham a constituir elementos que “possam baixar a autoestima”. É necessário não só sermos íntegros, mas também não duvidarmos da força dos nossos princípios. Quando crianças e jovens percebem nos seus mais fortes modelos (pais e professores) segurança inabalável na retidão, na cooperação, na honra – independente do que estejam fazendo os vizinhos, parentes e amigos – eles muito provavelmente também acreditarão. Se, ao contrário, já que há tanta corrupção e impunidade (bem como tanto medo de que crianças e jovens não tenham condições emocionais para suportar limites) e começam a lassear conceitos ou a repetir diariamente “que o Brasil não tem jeito”, em que irão as novas gerações acreditar? O perigo maior para um jovem não são as drogas - é não crer no futuro e na sociedade. A falta de esperança, essa sim, é que pode levar à depressão, ao individualismo, ao consumismo exacerbado, ao suicídio, à marginalidade e às drogas. Já a convicção num caminho produtivo a ser trilhado faz com que os jovens progridam, estudem e realizem.
Muitos
acham que ensinar integridade e desenvolver a autoestima são metas incompatíveis
ou incongruentes. Ignoram que ambas se desenvolvem basicamente através de
exemplos de vida. Se os adultos vivem de acordo com os princípios éticos que
defendem, estarão encorajando as novas gerações a seguirem seus passos. Quer
dizer, não mentindo, respeitando a lei, não querendo mudar as regras do jogo de
acordo com as conveniências, e, especialmente, não disseminando amargura e
descrença, simplesmente porque nem todos agem de maneira honesta. Na maioria dos
casos, a coerência entre a fala e a forma pela qual vivem será suficiente para
que filhos (ou alunos) acreditem nos valores...
É a nossa integridade que serve de fundamento à
construção da identidade cidadã das novas gerações.
(Tânia
Zagury)
Sempre acreditei que a autoestima é construída com base em fatores externos. A criança é aquilo que vivencia, ou seja, se lhe falam que ela não sabe nada, tende a acreditar que não sabe mesmo e fica retraída e triste. Se a criança é encorajada, incentivada, elogiada... cresce confiante e alegre.
ResponderExcluirEssas cabecinhas! Vai entender, né!
Abraço!