Seu filho tem dificuldade para falar? Repete somente determinadas sílabas,
palavras ou frases? Esses sinais podem apresentar disfluência ou gagueira. A
gagueira está associada à disfunção do controle motor e temporal da fala, que
pode ocorrer na infância, em alguns casos, a gagueira pode persistir até a fase
adulta.
Segundo a Associação Brasileira de Gagueira cerca de 1% da população
apresenta essa dificuldade, que é considerado um número muito significativo,
onde se incluem crianças que acabam sofrendo preconceito na família e na escola.
Mães e pais devem estar atentos às causas e tratamentos que podem levar à
cura.
De acordo com a fonoaudióloga da Clínica de Especialidades Integradas, Ana
Paula Bautzer, dentre as manifestações que fazem parte das Disfluências normais
ou típicas temos: interjeições, hesitações, revisões, palavras incompletas,
repetição de frases ou palavras até duas vezes. Já as manifestações como:
repetição de três vezes ou mais de palavras, sílabas ou sons, prolongamentos,
bloqueios, pausas longas ou intrusão fazem parte das Disfluências atípicas ou
gagueira. “Aproximadamente entre os 3 e 6 anos a criança está na fase de
aquisição da linguagem, aumentando o vocabulário e organizando em frases e
sentenças. Neste momento é muito comum aparecer a disfluência que tem
recuperação espontânea e tende a diminuir assim que a linguagem se desenvolva.
Muitos pais confundem com a gagueira já que pode iniciar na mesma época, por
esse motivo se deve fazer o diagnóstico diferencial com especialista”
Identificando o problema
A fonoaudióloga explica que existem graus de severidade nas disfluências e
que o especialista irá trabalhar com essas dificuldades já que quanto mais
severo for o quadro mais a criança sofre e modifica seu comportamento.
Como ajudar a criança?
Os pais devem compreender a gravidade do problema e não deixá-lo de lado, é
um problema que surge com considerável freqüência e que requer ser acolhido e
receber tratamento especializado. É importante avaliar o nível de dificuldade da
criança para identificar se é uma disfluência típica ou atípica.
Nos casos de gagueira, existe terapia direta associada a orientação e
participação dos pais no processo terapêutico. Mesmo em crianças pequenas e,
ainda que não tenha sido diferenciada da disfluência infantil, a gagueira
precisa ser avaliada, identificada e ser trabalhada com as ações musculares no
intuito do equilíbrio.
Como a criança reage emocionalmente e socialmente à sua gagueira o tratamento
deve visar a escuta, acolhimento e compreensão de todas as suas dificuldades.
“Procure ajuda de um fonoaudiólogo quando a criança apresentar mudança de
comportamento na hora de falar ou passe muito tempo tentando pronunciar uma
palavra ou até se comunicar”, aconselha Ana Paula Bautzer.
Pais, fiquem de olho!
Seguem cinco dicas para as famílias que estão enfrentando esse problema em
casa:
1-Falar sem pressa
Deixe que a criança fale sem pressa e com pausas frequentes. Quando ela
terminar de falar, espere alguns segundos para você começar a conversar com ela.
A fala lenta e relaxada ameniza a disfluência.
2-Reduza o número de perguntas ao seu filho
Às crianças falam com mais facilidade quando estão conversando sobre algo que
agrade. Ao invés de fazer várias perguntas para o seu filho sobre outros
assuntos, faça comentários sobre o que ele disser, mostrando que você está
prestando atenção.
3- Demonstre atenção
Utilize expressões faciais e linguagem corporal para demonstrar ao seu filho
que você está mais atento ao conteúdo da mensagem do que à sua forma de
falar.
4- Incentive o seu filho a falar sobre coisas que ele
gosta
Reserve alguns minutos para dar atenção ao seu filho. Utilize uma fala lenta
e tranquila na hora de falar com o seu filho.
5- Apoio familiar
Converse com outros membros da família e explique a situação. Peça para os
familiares esperar a criança terminar de falar e ensine todos a conversarem de
forma lenta.
Fonte:
Ana Paula Bautzer – Fonoaudióloga da Clínica de Especialidades
Integrada
Já tive aluno com sinais de gagueira, mas após atendimento com fonoaudiólogo e orientações que recebi, a criança superou o problema. Mas sabemos que existem casos bem complicados. Temos na escola um aluno no 8º ano que gagueja bastante, fazendo com que não queira falar em aula. Tem acompanhamento com fonoaudiólogo, mas os traumas e problemas que teve na primeira infância foram muito fortes, dificultando o tratamento.
ResponderExcluirAbraço e obrigada por ser seguidora fiel do meu blog. Meus pequeninos também agradecem os comentários.