O Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma constelação de problemas
relacionados com falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Esses
problemas resultam de um desenvolvimento não adequado e causam dificuldades na
vida diária. O TDAH é um distúrbio bio-psicossocial, isto é, parece haver fortes
fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais que contribuem para a
intensidade dos problemas experimentados. Foi comprovado que o TDAH atinge 3% a
5% da população durante toda a vida. Diagnóstico precoce e tratamento adequado
podem reduzir drasticamente os conflitos familiares, escolares, comportamentais
e psicológicos vividos por essas pessoas. Acredita-se que, através de
diagnóstico e tratamento corretos, um grande número dos problemas, como
repetência escolar e abandono dos estudos, depressão, distúrbios de
comportamento, problemas vocacionais e de relacionamento, bem como abuso de
drogas, pode ser adequadamente tratado ou, até mesmo, evitado.
Até há
algum tempo atrás, pensava-se que os sintomas do TDAH diminuíam com a
adolescência. As pesquisas mostraram que a maioria das crianças com TDAH chega à
maturidade com um padrão de problemas muito similar aos da infância e que
adultos com TDAH experimentam dificuldades no trabalho, na comunidade e com suas
famílias. Também há registros de um número maior de problemas emocionais,
incluindo depressão e ansiedade.
Em 1902, pesquisadores descreveram pela
primeira vez as características dos problemas de impulsividade, falta de atenção
e hiperatividade apresentados por crianças com TDAH. Desde então, o distúrbio
foi denominado de várias maneiras, entre elas, Disfunção Cerebral Mínima, Reação
Hipercinética da Infância e Distúrbio de Déficit de Atenção. A 4ª edição do
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana
de Psiquiatria, atualmente descreve este conjunto de problemas como Transtorno
de Déficit de Atenção/Hiperatividade.
O Problema
O TDAH interfere
na habilidade da pessoa de manter a atenção - especialmente em tarefas
repetitivas - de controlar adequadamente as emoções e o nível de atividade, de
enfrentar conseqüências consistentemente e, talvez o mais importante, na
habilidade de controle e inibição. Inibição refere-se à capacidade de evitar a
expressão de forças poderosas que levam a agir sob o domínio do impulso, de modo
a permitir que haja tempo para o autocontrole. As pessoas com TDAH até podem
saber o que deve ser feito, mas não conseguem fazer aquilo que sabem devido à
inabilidade de realmente poder parar e pensar antes de reagir, não importando o
ambiente ou a tarefa.
As características do TDAH aparecem bem cedo para a
maioria das pessoas, logo na primeira infância. O distúrbio é caracterizado por
comportamentos crônicos, com duração de no mínimo 6 meses, que se instalam
definitivamente antes dos 7 anos. Atualmente, 4 subtipos de TDAH foram
classificados:
1. TDAH - tipo desatento - a pessoa apresenta, pelo menos,
seis das seguintes características:
• Não enxerga detalhes ou faz erros
por falta de cuidado.
• Dificuldade em manter a atenção.
• Parece
não ouvir.
• Dificuldade em seguir instruções.
• Dificuldade na
organização.
• Evita/não gosta de tarefas que exigem um esforço mental
prolongado.
• Freqüentemente perde os objetos necessários para uma
atividade.
• Distrai-se com facilidade.
• Esquecimento nas
atividades diárias.
2. TDAH - tipo hiperativo/impulsivo - é definido se a
pessoa apresenta seis das seguintes características:
• Inquietação,
mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira.
• Dificuldade em
permanecer sentada.
• Corre sem destino ou sobe nas coisas excessivamente
(em adultos, há um sentimento subjetivo de inquietação).
• Dificuldade em
engajar-se numa atividade silenciosamente.
• Fala
excessivamente.
• Responde a perguntas antes delas serem
formuladas.
• Age como se fosse movida a motor.
• Dificuldade em
esperar sua vez.
• Interrompe e se intromete.
3. TDAH - tipo
combinado - é caracterizado pela pessoa que apresenta os dois conjuntos de
critérios dos tipos desatento e hiperativo/impulsivo.
4. TDAH - tipo não
específico; a pessoa apresenta algumas características mas número insuficiente
de sintomas para chegar a um diagnóstico completo. Esses sintomas, no entanto,
desequilibram a vida diária.
Na idade escolar, crianças com TDAH
apresentam uma maior probabilidade de repetência, evasão escolar, baixo
rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e de relacionamento social.
Supõe-se que os sintomas do TDAH sejam catalisadores, tornando as crianças
vulneráveis ao fracasso nas duas áreas mais importantes para um bom
desenvolvimento - a escola e o relacionamento com os colegas.
À medida
que cresce o conhecimento médico, educacional, psicológico e da comunidade a
respeito dos sintomas e dos problemas ocasionados pelo TDAH, um número cada vez
maior de pessoas está sendo corretamente identificado, diagnosticado e tratado.
Mesmo assim, suspeita-se que um grupo significativo de pessoas com TDAH ainda
permanece não identificado ou com diagnóstico incorreto. Seus problemas se
intensificam e provocam situações muito difíceis no confronto da vida
normal.
O TDAH é com freqüência apresentado, erroneamente, como um tipo
específico de problema de aprendizagem. Ao contrário, é um distúrbio de
realização. Sabe-se que as crianças com TDAH são capazes de aprender, mas têm
dificuldade em se sair bem na escola devido ao impacto que os sintomas do TDAH
têm sobre uma boa atuação. Por outro lado, 20% a 30% das crianças com TDAH
também apresentam um problema de aprendizagem, o que complica ainda mais a
identificação correta e o tratamento adequado. Pessoas que apresentaram sintomas
de TDAH na infância demonstraram uma probabilidade maior de desenvolver
problemas relacionados com comportamento opositivo desafiador, delinqüência,
transtorno de conduta, depressão e ansiedade. Os pesquisadores, no entanto,
sugerem que o resultado desastroso apresentado por alguns adolescentes não é uma
conseqüência apenas do TDAH mas, antes, uma combinação de TDAH com outros
transtornos de comportamento, especialmente nos jovens ligados a atitudes
criminosas e abuso de substâncias.
Relatos sobre adultos com TDAH mostram
que eles enfrentam problemas sérios de comportamento anti-social, desempenho
educacional e profissional pouco satisfatórios, depressão, ansiedade e abuso de
substâncias. Infelizmente, muitos adultos de hoje não foram diagnosticados como
crianças com TDAH. Cresceram lutando com uma deficiência que, freqüentemente,
passou sem diagnóstico, foi mal diagnosticada ou, então, incorretamente
tratada.
A maioria dos adultos com TDAH apresenta sintomas muito
similares aos apresentados pelas crianças. São freqüentemente inquietos,
facilmente distraídos, lutam para conseguir manter o nível de atenção, são
impulsivos e impacientes. Suas dificuldades em manejar situações de “stress”
levam a grandes demonstrações de emoção. No ambiente de trabalho, é possível que
não consigam alcançar boa posição profissional ou status compatível com sua
educação familiar ou habilidade intelectual.
Causa
Quando se pensa
em TDAH, a responsabilidade sobre a causa geralmente recai sobre toxinas,
problemas no desenvolvimento, alimentação, ferimentos ou malformação, problemas
familiares e hereditariedade. Já foi sugerido que essas possíveis causas afetam
o funcionamento do cérebro e, como tal, o TDAH pode ser considerado um distúrbio
funcional do cérebro. Pesquisas mostram diferenças significativas na estrutura e
no funcionamento do cérebro de pessoas com TDAH, particularmente nas áreas do
hemisfério direito do cérebro, no córtex pré-frontal, gânglios da base, corpo
caloso e cerebelo. Esses estudos estruturais e metabólicos, somados a estudos
genéticos e sobre a família, bem como a pesquisas sobre reação a drogas,
demonstram claramente que o TDAH é um transtorno neurobiológico. Apesar da
intensidade dos problemas experimentados pelos portadores do TDAH variar de
acordo com suas experiências de vida, está claro que a genética é o fator básico
na determinação do aparecimento dos sintomas do
TDAH.
Diagnóstico
O diagnóstico do TDAH é um processo de múltiplas
facetas. Diversos problemas biológicos e psicológicos podem contribuir para a
manifestação de sintomas similares apresentados por pessoas com TDAH. Por
exemplo, a falta de atenção é uma das 9 características do processo de
depressão. Impulsividade é uma descrição típica de delinqüência.
O
diagnóstico de TDAH pede uma avaliação ampla . Não se pode deixar de considerar
e avaliar outras causas para o problema, assim, é preciso estar atentos à
presença de distúrbios concomitantes (comorbidades). O aspecto mais importante
do processo de diagnóstico é um cuidadoso histórico clínico e desenvolvimental.
A avaliação do TDAH inclui, freqüentemente, um levantamento do funcionamento
intelectual, acadêmico, social e emocional. O exame médico também é importante
para esclarecer possíveis causas de sintomas semelhantes aos do TDAH (por
exemplo, reação adversa à medicação, problemas de tiróide, etc.) O processo de
diagnóstico deve incluir dados recolhidos com professores e outros adultos que,
de alguma maneira, interagem de maneira rotineira com a pessoa sendo avaliada.
Embora se tenha tornado prática popular testar algumas habilidades como
resolução de problemas, trabalhos de computação e outras, a validade dessa
prática bem como sua contribuição adicional a um diagnóstico correto continuam a
ser analisadas pelos pesquisadores.
No diagnóstico de adultos com TDAH,
mais importante ainda é conseguir o histórico cuidadoso da infância, do
desempenho acadêmico, dos problemas comportamentais e profissionais. À medida
que aumenta o reconhecimento de que o transtorno é permanente durante a vida da
pessoa, os métodos e questionários relacionados com o diagnóstico de um adulto
com TDAH estão sendo padronizados e se tornando cada vez mais
acessíveis.
Tratamento
O tratamento de crianças com TDAH
exige um esforço coordenado entre os profissionais das áreas médica, saúde
mental e pedagógica, em conjunto com os pais. Esta combinação de tratamentos
oferecidos por diversas fontes é denominada de intervenção multidisciplinar. Um
tratamento com esse tipo de abordagem inclui:
• treinamento dos pais
quanto à verdadeira natureza do TDAH e em desenvolvimento de estratégias de
controle efetivo do comportamento;
• um programa pedagógico
adequado;
• aconselhamento individual e familiar, quando necessário, para
evitar o aumento de conflitos na família;
• uso de medicação, quando
necessário.
Os medicamentos mais utilizados para o controle dos sintomas
do TDAH são os psicoestimulantes; 70% a 80% das crianças e dos adultos com TDAH
apresentam uma resposta positiva. Esse tipo de medicamento é considerado
“performance enhancer”. Portanto, eles podem, até certo ponto, estimular a
performance de todas as pessoas. Mas, em razão do problema específico que
apresentam, crianças com TDAH apresentam uma melhora dramática, com redução do
comportamento impulsivo e hiperativo e aumento da capacidade de
atenção.
O controle do comportamento é uma intervenção importante para
crianças com TDAH. O uso eficiente do reforço positivo combinado com punições
num modelo denominado “custo de resposta” tem sido uma maneira particularmente
bem sucedida de lidar com crianças portadoras do transtorno.
O sucesso na
sala de aula freqüentemente exige uma série de intervenções. A maioria das
crianças com TDAH pode permanecer na classe normal, com pequenos arranjos na
arrumação da sala, utilização de um auxiliar e/ou programas especiais a serem
utilizados fora da sala de aula. As crianças com problemas mais sérios exigem
salas de aulas especiais.
Os adultos com TDAH apresentam resposta aos
estimulantes e outros medicamentos semelhante à das crianças. Eles também podem
se beneficiar aprendendo a estruturar seu meio ambiente, desenvolvendo hábitos
organizacionais e procurando um aconselhamento profissional. Quando necessário,
uma psicoterapia de curto prazo pode ajudar a enfrentar as exigências da vida e
os problemas pessoais do momento. Terapias mais prolongadas podem ensinar a
mudar comportamentos e a criar estratégias de enfrentamento a pessoas que
apresentam uma combinação de TDAH e problemas concomitantes - especialmente
depressão.
Aumenta a cada dia o reconhecimento da eficiência dos
tratamentos na redução dos sintomas imediatos apresentados por pessoas com TDAH.
Os pesquisadores, no entanto, acreditam que somente reduzir os sintomas das
crianças com TDAH não traz resultados satisfatórios a longo prazo. Assim,
aumenta a consciência de que os fatores que predispõem todas as crianças à uma
vida bem sucedida são especialmente importantes para as crianças que apresentam
problemas relacionados a distúrbios como o TDAH. Há uma maior aceitação da
necessidade de “equilibrar a balança” para as pessoas com TDAH. Portanto, os
tratamentos são aplicados para permitir alívio dos sintomas enquanto se trabalha
no sentido de assistir a pessoa a construir uma vida bem sucedida. A máxima
“tornar as tarefas interessantes e fazer o pagamento valer a pena” parece ser
extremamente importante para as pessoas com TDAH.
Pais
Programas
de treinamento para pais de crianças com TDAH freqüentemente começam com ampla
divulgação de informação. Existe uma grande quantidade de livros, vídeos e fitas
disponíveis com dados a respeito do transtorno em si e de estratégias efetivas
que podem ser usadas por familiares. A lista que segue revê nove pontos de uma
série de estratégias que podem ajudar os pais de crianças portadoras de TDAH
(Goldstein e Goldstein, 1998).
1. Aprender o que é TDAH
* Os pais
devem compreender que, para poder controlar em casa o comportamento resultante
do TDAH, é preciso ter um conhecimento correto do distúrbio e suas
complicações.
2. Incapacidade de compreensão versus
rebeldia
* Os pais devem desenvolver a capacidade de distinguir entre
problemas que resultam de incapacidade e problemas que resultam de recusa ativa
em obedecer ordens. Os primeiros devem ser tratados através da educação e
desenvolvimento de habilidades. Os outros são resolvidos de maneira satisfatória
através de manipulação das conseqüências.
3. Dar instruções
positivas
* Pais devem cuidar para que seus pedidos sejam feitos de
maneira positiva ao invés de negativa. Uma indicação positiva mostra para a
criança o que deve começar a ser feito e evita que ela focalize em parar o que
está fazendo.
4. Recompensar
* Os pais devem recompensar
amplamente o comportamento adequado. Crianças com TDAH exigem respostas
imediatas, freqüentes, previsíveis e coerentemente aplicadas ao seu
comportamento. Da mesma maneira, necessitam de mais tentativas para aprender
corretamente. Quando a criança consegue completar uma tarefa ou realiza alguma
coisa corretamente, deve ser recompensada socialmente ou com algo tangível mais
freqüentemente que o normal.
5. Escolher as batalhas
* Os pais
deveriam escolher quando e como gastar suas energias numa batalha, sempre
reforçando o positivo, aplicando conseqüências imediatas para comportamentos que
não podem se ignorados e usando o sistema de créditos ou pontos. É essencial que
os pais estejam sempre um passo a frente.
6. Usar técnicas de “custo de
resposta”
* Os pais devem entender bem o que seja “custo de resposta”,
uma técnica de punição em que se pode perder o que se ganhou.
7. Planejar
adequadamente
* Os pais devem aprender a reagir aos limites de
seu filho de maneira positiva e ativa. Aceitar o diagnóstico de TDAH significa
aceitar a necessidade de fazer modificações no ambiente da criança. A rotina
deve ser consistente e raramente variar. As regras devem ser dadas de maneira
clara e concisa. Atividades ou situações em que já ocorreram problemas devem ser
evitadas ou cuidadosamente planejadas.
8. Punir adequadamente
* Os
pais devem compreender que a punição sozinha não irá reduzir os sintomas de
TDAH. Punir deve ser uma atitude diretamente relacionada apenas a um
comportamento declaradamente desobediente. No entanto, a punição só trará
modificação de comportamento para crianças com TDAH se acompanhada de uma
estratégia de controle.
9. Construir ilhas de competência
* O que
realmente importa para o sucesso dessa criança na vida é o que existe de certo
com ela e não o que está errado. Cada vez mais, a área da saúde mental focaliza
seu trabalho em aumentar os pontos fortes em vez de tentar diminuir os pontos
fracos. Uma das melhores maneiras de criar pontos fortes é uma boa relação dos
pais com seu filho.
Escola
Uma sala de aula eficiente para
crianças desatentas deve ser organizada e estruturada. A estrutura supõe regras
claras, um programa previsível e carteiras separadas. Os prêmios devem ser
coerentes e freqüentes. Um programa de reforço baseado em ganho e perda deve ser
parte integral do trabalho da classe. A avaliação do professor deve ser
freqüente e imediata. Interrupções e pequenos incidentes têm menores
conseqüências se ignorados. O material didático deve estar adequado à habilidade
da criança. Estratégias cognitivas que facilitam a auto-correção, assim como
melhoram o comportamento nas tarefas, devem ser ensinadas. As tarefas devem
variar, mas continuar sendo interessantes para os alunos. Os horários de
transição, bem como os intervalos e reuniões especiais, devem ser
supervisionados. Pais e professores devem manter uma comunicação freqüente. Os
professores também precisam estar atentos à qualidade de reforço negativo do seu
comportamento. As expectativas devem ser adequadas ao nível de habilidade da
criança e deve-se estar preparado para mudanças.
Os professores devem ter
conhecimento do conflito incompetência x desobediência, e aprender a discriminar
entre os dois tipos de problema. É preciso desenvolver um repertório de
intervenções para poder atuar eficientemente no ambiente da sala de aula de uma
criança com TDAH. Essas intervenções minimizam o impacto negativo do
temperamento da criança. Um segundo repertório de intervenções deve ser
desenvolvido para educar e melhorar as habilidades deficientes da criança com
TDAH.
Dois livros excelentes para professores em sala de aula, que
oferecem uma visão de situação, assunto e intervenções de acordo com os diversos
níveis, são: “How to Reach and Teach ADD/ADHD Children”, de Sandra Rief, e
“Attention Deficit Disorder: Strategies for School Age Children”, de Clare
Jones. O novo texto de George DuPaul e Gary Stoner, “ADHD in the Schools”, é
altamente recomendado para supervisores.
Um ótimo manual para estratégias
de sala de aula para crianças com TDAH foi recentemente publicado pelo Council
for Exceptional Children (Conselho para as Crianças Excepcionais) - “Attention
Deficit Disorder: Identification, Programs and Interventions”. O manual foi
redigido por Ron Reeve, Ph.D. e seus colegas da Universidade da Virginia, e traz
dados bastante atualizados. Informação de como receber esse material nos
seguintes endereços:
Council for Exceptional Children
1920
Association Drive, Dept. 9945D
Reston, VA. 22091
ou
Ronald
Reeve, Ph.D.
Department of School Psychology, University of
Virginia
405 Emmett Street, Rfner Hall
Charlottesville, VA.
22903-2495
Sugestões para Intervenções do Professor
Há uma grande
variedade de intervenções específicas que o professor pode fazer para ajudar a
criança com TDAH a se ajustar melhor à sala de aula:
1. Proporcionar
estrutura, organização e constância (exemplo: sempre a mesma arrumação das
cadeiras ou carteiras, programas diários, regras claramente definidas)
2.
Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do
professor, na parte de fora do grupo.
3. Encorajar freqüentemente,
elogiar e ser afetuoso, porque essas crianças desanimam facilmente. Dar
responsabilidades que elas possam cumprir faz com que se sintam necessárias e
valorizadas. Começar com tarefas simples e gradualmente mudar para mais
complexas.
4. Proporcionar um ambiente acolhedor, demonstrando calor e
contato físico de madeira equilibrada e, se possível, fazer os colegas também
terem a mesma atitude.
5. Nunca provocar constrangimento ou menosprezar o
aluno.
6. Proporcionar trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e
favorecer oportunidades sociais.Grande parte das crianças com TDAH consegue
melhores resultados acadêmicos, comportamentais e sociais quando no meio de
grupos pequenos.
7. Comunicar-se com os pais. Geralmente, eles sabem o
que funciona melhor para o seu filho.
8. Ir devagar com o trabalho. Doze
tarefas de 5 minutos cada uma traz melhores resultados do que duas tarefas de
meia hora. Mudar o ritmo ou o tipo de tarefa com freqüência elimina a
necessidade de ficar enfrentando a inabilidade de sustentar a atenção, e isso
vai ajudar a auto-percepção.
9. Favorecer oportunidades para movimentos
monitorados, como uma ida à secretaria, levantar para apontar o lápis, levar um
bilhete para o professor, regar as plantas ou dar de comer ao mascote da
classe.
10. Adaptar suas expectativas quanto à criança, levando em
consideração as deficiências e inabilidades decorrentes do TDAH. Por exemplo, se
o aluno tem um tempo de atenção muito curto, não esperar que ele se concentre em
apenas uma tarefa durante todo o período da aula.
11. Recompensar os
esforços, a persistência e o comportamento bem sucedido ou bem
planejado.
12. Proporcionar exercícios de consciência e treinamento dos
hábitos sociais da comunidade. Avaliação freqüente sobre o impacto do
comportamento da criança sobre ela mesma e sobre os outros ajuda
bastante.
13. Favorecer freqüente contato aluno/professor. Isto permite
um “controle” extra sobre a criança com TDAH, ajuda-a a começar e continuar a
tarefa, permite um auxílio adicional e mais significativo, além de possibilitar
oportunidades de reforço positivo e incentivo para um comportamento mais
adequado.
14. Colocar limites claros e objetivos; ter uma atitude
disciplinar equilibrada e proporcionar avaliação freqüente, com sugestões
concretas e que ajudem a desenvolver um comportamento adequado.
15.
Assegurar que as instruções sejam claras, simples e dadas uma de cada vez, com
um mínimo de distrações.
16. Evitar segregar a criança que talvez precise
de um canto isolado com biombo para diminuir o apelo das distrações; fazer do
canto um lugar de recompensa para atividades bem feitas em vez de um lugar de
castigo.
17. Desenvolver um repertório de atividades físicas para a turma
toda, como exercícios de alongamento ou isométricos.
18. Estabelecer
intervalos previsíveis de períodos sem trabalho que a criança pode ganhar como
recompensa por esforço feito. Isso ajuda a aumentar o tempo da atenção
concentrada e o controle da impulsividade através de um processo gradual de
treinamento.
19. Reparar se a criança se isola durante situações
recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação
ou auditivas que exigem uma intervenção adicional.
20. Preparar com
antecedência a criança para as novas situações. Ela é muito sensível em relação
às suas deficiências e facilmente se assusta ou se desencoraja.
21.
Desenvolver métodos variados utilizando apelos sensoriais diferentes (som,
visão, tato) para ser bem sucedido ao ensinar uma criança com TDAH. No entanto,
quando as novas experiências envolvem uma miríade de sensações (sons múltiplos,
movimentos, emoções ou cores), esse aluno provavelmente irá precisar de tempo
extra para completar sua tarefa.
22. Não ser mártir! Reconhecer os
limites da sua tolerância e modificar o programa da criança com TDAH até o ponto
de se sentir confortável. O fato de fazer mais do que realmente quer fazer traz
ressentimento e frustração.
23. Permanecer em comunicação constante com o
psicólogo ou orientador da escola. Ele é a melhor ligação entre a escola, os
pais e o médico.
Prognóstico
Crianças com TDAH estão sujeitas ao fracasso escolar, a dificuldades emocionais e a um desempenho significativamente negativo como adultos quando comparadas a seus colegas. No entanto, a identificação precoce do problema, seguida de tratamento adequado, tem demonstrado que essas crianças podem vencer os obstáculos.
O tópico TDAH provavelmente continuará sendo o mais amplamente pesquisado e debatido nas áreas da saúde mental e desenvolvimento da criança. Coisas novas acontecem a cada dia. O Instituto Nacional de Saúde Mental acaba de completar um estudo multidisciplinar de 5 anos sobre tratamento de TDAH que proporciona uma série de respostas mais abrangentes sobre o diagnóstico, tratamento e desenvolvimento de pessoas portadoras de TDAH. Os estudos sobre genética molecular possivelmente cheguem a identificar o gene relacionado com esse distúrbio.
Com a crescente conscientização e compreensão da comunidade em relação ao impacto significativo que os sintomas do TDAH têm sobre as pessoas e suas famílias, o futuro parece mais promissor.
Fonte:
http://www.hiperatividade.com.br/article.php?sid=14
Legal Isabel!
ResponderExcluirEste texto é bem esclarecedor. Mas sabemos que ainda é muito complicado detectar se é ou não TDAH. Facilmente podemos confundir alguns comportamentos, portanto é preciso muito cuidado. Tenho atualmente um aluno com vários quesitos que diriam que ele tem TDAH, mas não posso afirmar, portanto fiz um relatório dele, conversamos com os pais e encaminhamos para que um psicólogo faça o diagnóstico. Se é ou não, o caso é bem complicado, pois todos sofrem: professores, colegas, família e principalmente a própria criança.
Abraço e tenha um ótimo final de semana!
Importante a escola procurar entender,pq o meu neto já tem o diagnóstico,e as escolas por onde ele já passou não se adequam ou não querem entender, não estae preparadas.
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