1. Coordenação Global
A coordenação global diz respeito à atividade dos
grandes músculos e depende da capacidade de equilíbrio postural do
indivíduo.
Através da movimentação e da experimentação, o indivíduo
procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando um equilíbrio cada vez
melhor. Conseqüentemente, vai coordenando seus movimentos, vai se
conscientizando de seu corpo e das posturas.
Quanto maior o equilíbrio,
mais econômico será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão as suas
ações.
A coordenação global e a experimentação levam a criança adquirir a
dissociação de movimentos. Isto significa que ela deve ter condições de realizar
múltiplos movimentos ao mesmo tempo, cada membros realizando uma atividade
diferente, havendo uma conservação de unidade de gesto.
Exemplo: quando
uma pessoa toca piano, a mão direita executa a melodia, à esquerda o
acompanhamento e o pé direito à sustentação. São três movimentos diferentes que
trabalha junto para conseguir uma mesma tarefa.
2. Coordenação Fina e
Óculo-Manual
Coordenação fina diz respeito à habilidade e destreza manual
e constitui um aspecto particular da coordenação global.
Só possuir uma
coordenação fina não é suficiente. É necessário que haja também um controle
ocular, isto é, a visão acompanhando os gestos da mão. Chamamos isto de
coordenação óculo-manual ou viso-motora.
Exemplo: Escrita.
O
desenvolvimento da escrita depende de diversos fatores:
Maturação geral
do sistema nervoso;
Desenvolvimento psicomotor geral;
Coordenação global
do ato de sentar;
Desenvolvimento da motricidade fina dos dedos da
mão;
Dissociação e controle dos movimentos;
Controlar a pressão gráfica
exercida sobre o lápis e o papel, para alcançar maior destreza e
conseqüentemente maior velocidade no movimento.
Portanto, a escrita implica,
em uma aquisição de destreza manual organizada a partir de certos movimentos, a
fim de reproduzir um modelo.
3. Esquema Corporal
A criança
percebe-se e percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio corpo.
Portanto, o desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu
corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo
onde estabelece ligações afetivas e emocionais.
O corpo deve ser
entendido não somente como algo biológico e orgânico que possibilita a visão, a
audição, o movimento, mas é também um lugar que permite expressar
emoções.
Esquema corporal – resulta das experiências que possuímos,
provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. Não é um conceito
aprendido e que depende de treinamento. Ele se organiza pela experienciação do
corpo da criança. É uma construção mental que a criança realiza gradualmente, de
acordo com o uso que faz de seu corpo.
Um esquema corporal organizado,
portanto, permite a uma criança se sentir bem, na medida em que seu corpo lhe
obedece, em que tem domínio sobre ele, em que o conhece bem, em que pode
utilizá-lo para alcançar um maior poder cognitivo.
A criança deve ter o
domínio do gesto e do instrumento que implica em equilíbrio entre as forças
musculares, domínio de coordenação global, boa coordenação
óculo-manual.
A descoberta pela criança de sua imagem no espelho, se dá
por volta de seis meses de idade. Inicialmente a criança sente-se surpresa com a
imagem que vê. Às vezes tenta pegar seu reflexo, sorri para ele sem reconhecer
que é sua própria imagem refletida.
Um animal não consegue ultrapassar a
visão de sua imagem no espelho. Já a criança ao contrário, usa o espelho como
fator de conhecimento de si, raciocina, descobre seu eu, desenvolve seu esquema
corporal.
Segundo Dolto, a criança cega que não tem oportunidade de se
confrontar com sua imagem visual, levaria a supor que teria dificuldade em
assimilar o esquema corporal. Porém para a autora, a criança cega conserva uma
imagem inconsciente do corpo mais rica, mas permaneceria inconsciente mais tempo
do que nas crianças que enxergam.
Etapas do esquema corporal – proposta
por Le Boulch
1ª etapa: corpo vivido (até 3 anos de
idade)
Corresponde à fase de inteligência sensória motora de
Piaget.
O bebê sente o meio ambiente como fazendo parte dele mesma. À
medida que cresce, com um maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai
ampliando suas experiências e passa, pouco a pouco a diferenciar de seu meio
ambiente. Nesse período a criança tem uma necessidade muito grande de
movimentação e através desta vai enriquecendo a experiência subjetiva de seu
corpo e ampliando a sua experiência motora. Suas atividades iniciais são
espontâneas.
2ª Etapa: corpo percebido ou descoberto ( 3 a 7
anos)
Corresponde à organização do esquema corporal devido à maturação da
"função de interiorização" que é definida como a possibilidade de deslocar sua
atenção do meio ambiente para seu próprio corpo a fim de levar à tomada de
consciência.
A função de interiorização permite a passagem do ajustamento
espontâneo, a um ajustamento controlado que, propicia um maior domínio do corpo,
culminando em uma maior dissociação dos movimentos voluntários. A criança com
isso, passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo uma maior
coordenação dentro de um espaço e tempo determinado.
Descobre sua
dominância e com ela seu eixo corporal.
O corpo passa a ser um ponto de
referência para se situar e situar os objetos em seu espaço e tempo. Neste
momento assimila conceitos como embaixo, acima, direita, esquerda e adquire
também noções temporais como a duração dos intervalos de tempo e de ordem e
sucessão, isto é, primeiro e ultimo.
No final dessa fase, a criança pode
ser caracterizada como pré-operatória, porque está submetida à percepção num
espaço em parte representado, mas ainda centralizado sobre o próprio
corpo.
3ª Etapa: corpo representado (7 a 12 anos)
Nesta etapa
observa-se a estruturação do esquema corporal.
No início desta fase a
representação mental da imagem do corpo consiste numa simples imagem reprodutora
e é uma imagem de corpo estática. A criança só dispõe de uma imagem mental do
corpo em movimento a partir de 10/12 anos, significando que atingiu uma
representação mental de uma sucessão motora, com a introdução do fator
temporal.
Sua imagem do corpo passa a ser antecipatória, e não mais
somente reprodutora revelando um verdadeiro trabalho mental devido à evolução
das funções cognitivas correspondentes ao estágio preconizado por Piaget de
operações concretas.
Os pontos de referência não estão mais
centrados no corpo próprio, mas são exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo
criar os pontos de referência que irão orientá-lo.
Perturbações do
esquema corporal
Crianças que não tem consciência de seu próprio corpo
podem experimentar algumas dificuldades como insuficiência de percepção ou de
controle de seu corpo, incapacidade de controle respiratório, dificuldades de
equilíbrio e de coordenação.
Elas podem também, apresentar dificuldades
em se locomover em um espaço predeterminado e em situar-se em um tempo, pois o
esquema corporal está intimamente ligado à orientação
espaço-temporal.
Uma criança com grandes problemas de esquema corporal
manifesta normalmente dificuldade de coordenação dos movimentos, apresentando
certa lentidão que dificulta a realização de gestos harmoniosos simples, como
abotoar uma roupa.
A criança se confunde em relação às diversas
coordenadas de espaço, como em cima, embaixo, ao lado, linhas horizontais e
verticais, e também não adquire o sentido de direção devido a confusões entre
direita e esquerda.
Uma perturbação de esquema corporal pode levar a uma
impossibilidade de se adquirirem os esquemas dinâmicos que correspondem ao
hábito visomotor e também intervém na leitura e escrita.
Uma conseqüência
séria da falta de esquema corporal é o não desenvolvimento dos instrumentos
adequados para um bom relacionamento com as pessoas e como seu meio ambiente, e
pior ainda, leva a um mau desenvolvimento da linguagem.
4.
Lateralidade
A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de
utilizar preferencialmente mais um lado do corpo que o outro em três níveis:
mão, olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma
dominância de um dos lados.
O lado dominante apresenta maior força
muscular, mais precisão e mais rapidez. É ele que inicia e executa a ação
principal. O outro lado auxilia esta ação e é igualmente importante. Na
realidade os dois não funcionam isoladamente, mas de forma complementar.
Exemplo: quando pregamos um prego em uma parede, a mão auxiliar segura o
prego enquanto a outra, com precisão e força muscular suficiente, bate o
martelo.
A dominância ocular pode ser percebida quando pedimos para a
criança que olhe por um caleidoscópio ou um buraco de fechadura. É preciso tomar
muito cuidado ao afirmar qual é a dominância ocular, pois, às vezes, um problema
na vista pode mascarar essa percepção.
Podemos observar a dominância dos
membros inferiores quando pedimos à criança que brinque de amarelinha com um pé
e depois com o outro. Verificamos então, qual o lado que teve mais facilidade,
isto é, qual apresentou mais precisão, mais força, mais rapidez e também mais
equilíbrio.
Se uma pessoa tiver a mesma dominância nos três níveis – mão,
olho e pé – do lado direito, diremos que é destra homogênea, e canhota ou
sinistra homogênea, se for o lado esquerdo.
Se a criança possuir
dominância espontânea nos dois lados do corpo, isto é, executar os mesmo
movimentos tanto um lado como com o outro, o que não é muito comum, é chamada de
ambidestra.
Podem ocorrer, alguns casos em que a criança contrarie essa
tendência natural e passe a utilizar a mão não-dominante em detrimento da
dominante. Diremos que tem lateralidade cruzada, quando usa a mão direita, o
olho e o pé esquerdo ou qualquer outra combinação.
Motivos que ocasionam
um desvio da lateralidade:
Um acidente que provoque uma amputação ou uma
paralisia no lado dominante faz com que a pessoa possa a usar o outro
lado.
Podem ocorrer, casos em que esta mudança de prevalência manual
modifique-se por motivo de identificação com alguém ou por imposição dos pais ou
professores ou por motivo afetivo ou por qualquer outro.
Hipóteses sobre a
prevalência manual
Visão histórica
Havia um igual número de
destros e canhotos na idade da pedra. A supremacia da destralidade aponta que,
na idade do bronze, os camponeses tiveram que se adaptar a ferramentas que não
era mais feita por eles, mas por pessoas específicas. Outra teoria aponta para
as técnicas guerreiras pelas quais se ensinavam os homens a pegar a espada ou a
lança com a mão direita enquanto a esquerda protegia o coração com o escudo.
Hereditariedade
Esta teoria tenta explicar a referência lateral
pela transmissão hereditária.
Hipótese da dominância
cerebral
Existe uma dominância em um dos lados do cérebro, e que funciona
de forma cruzada. Isto quer dizer que, no destro, encontramos uma dominância do
córtex cerebral esquerdo; e no canhoto, o hemisfério cerebral direito controla e
coordena as atividades do lado esquerdo.
Influência do meio
psico-social-afetivo e educacional
A preferência por uma determinada
lateralidade se dá através do aprendizado. Aprendemos a escrever com a mão
direita ou esquerda, de acordo com o nosso meio, seja por imposição, por
imitação, por questão afetiva, etc.
Alguns autores acreditam que
nenhumas dessas teorias sozinhas são suficientes para explicar o fenômeno da
lateralização. Ela é o resultado da associação de diversos
fatores.
5. Estruturação Espacial
A estruturação espacial é
essencial para que vivamos em sociedade. É através do espaço e das relações
espaciais que nos situamos no meio em que vivemos, em que estabelecemos relações
entre as coisas, em que fazemos observações, comparando-as, combinando-as, vendo
as semelhanças e diferenças entre elas.
As relações espaciais são
mantidas por meio do desenvolvimento de uma estrutura de espaço. Sem esta
estruturação, nós nos perdemos ou distorcemos muitas dessas relações e nosso
comportamento sofre por receber informações inadequadas.
Em primeiro
lugar, a criança percebe a posição de seu corpo no espaço. Depois, a posição dos
objetos em relação a si mesma e, por fim, aprende a perceber as relações das
posições dos objetivos entre si.
Todas as percepções sensoriais (visão,
audição, tato) nos levam às propriedades dos diversas objetos e nos permitiriam
uma catalogação, uma classificação, um agrupamento deste no sentido de uma maior
organização do espaço.
DEFINIÇÃO DE ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL
A tomada
de consciência da situação de seu próprio corpo em um meio ambiente, isto é, do
lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e coisas;
A tomada
de consciência da situação das coisas entre si;
A possibilidade, para o
sujeito, de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas
entre si, de colocá-las em um lugar, de movimentá-las.
DESENVOLVIMENTO DA
ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL
A estruturação espacial não nasce com o indivíduo.
Ela é uma elaboração e uma construção mental que se opera através de seus
movimentos em relação aos objetos que estão em seu meio.
Os mundos
interno e externo são indistintos para o recém nascido.
Aos três meses,
sua imagem de corpo começa a se elaborar.
Entre o sexto e nono mês, se
percebe uma primeira separação entre seu corpo e o meio ambiente.
Aos
três anos, a criança já tem uma vivência corporal.
A exploração do
espaço inicia-se, desde o momento em que ela fixa o olhar em um determinado
objeto e tenta agarrá-lo. Depois a locomoção permite-lhe dirigir-se aos locais
ou aos objetos que quer alcançar.
A verbalização que auxiliará na
designação dos objetos constitui um fator muito importante para a organização da
vivência do espaço e, também, para um melhor conhecimento das diferentes partes
do corpo e de suas posições. Todo objeto, desde o momento em que ele é nomeado,
faz o papel de organizador do espaço próximo circundante, permitindo construir o
espaço que o rodeia.
Para que uma criança perceba a posição dos objetos
no espaço, precisa, primeiramente, ter uma boa imagem corporal, pois usa seu
corpo como ponto de referência. Ela só se organiza quando possui um domínio de
seu corpo no espaço. Isto significa que ela apreende o espaço através de sua
movimentação e é a partir de si mesma que ela se situa em relação ao mundo
circundante. Numa verdadeira exploração motora inicial, ela necessita pegar os
objetos, manuseá-los, jogá-los, agarrá-los, lançá-los para frente, para trás,
para dentro e fora de determinado lugar.
Para a criança assimilar os
conceitos espaciais precisa, também, ter uma lateralidade bem definida, o que se
dá por volta de 6 anos. Ela torna-se capaz de diferenciar os dois lados de seu
eixo corporal e consegue verbalizar este conhecimento, sem o que fica difícil
distinguir a diferentes posições que os objetos ocupam no espaço.
A
criança aprende também as noções de:
Situações (dentro, fora, no alto,
abaixo, longe, perto);
Tamanho (grosso, fino, grande, médio, pequeno,
estreito, largo);
Posição (em pé, deitado, sentado, ajoelhado, agachado,
inclinado);
Movimento (levantar, abaixar, empurrar, puxar, dobrar, estender,
girar, rolar, cair, levantar-se, subir, descer);
Formas (círculo, quadrado,
triângulo, retângulo);
Qualidade (cheio, vazio, pouco, muito, inteiro,
metade);
Superfícies;
Volumes.
Ao aprender estes conceitos, diremos que
ela atingiu a etapa da orientação espacial. Isto significa que a criança tem
acesso a um "espaço orientado a partir de seu próprio corpo multiplicando suas
possibilidades de ações eficazes".
Os pontos de referência do tipo
alto/baixo são absolutos, pois acima sempre se subentende o teto e, embaixo o
solo. Os conceitos direita/esquerda e adiantes/atrás dependem, para muitas
crianças, da posição de seu próprio corpo no espaço. Uma pessoa que já possua
uma orientação espacial bem definida a dará mesma as coordenadas para que
saibamos quais são seus pontos de referências.
Normalmente, temos
consciência dos objetos que se situam em nosso espaço, tanto os que estão do
nosso lado, quanto os que estão longe, a nossa frente e também os que se situam
atrás de nós. Não podemos vê-los, mas sabemos que existem, que existe uma
"estruturação espacial" atrás de nós, e mantemos, portanto, uma relação bem viva
com todos eles.
A criança pequena e a retardada apresentam dificuldade em
perceber este espaço existente atrás delas. Quando elas se voltam, os objetos e
as situações localizadas atrás de si deixam de existir para elas.
Um
indivíduo que possui orientação espacial no papel mentalmente organiza sua folha
ao escrever ou ao desenhar, antes de passar para estas atividades.
Depois
desta fase em que o indivíduo aprende a orientar os objetos, ele passa a
organizá-los, a combinar as diversas orientações. Isto significa que ele não
mais toma seu próprio corpo como ponto de referência, mas escolhe ele mesmo
outros pontos, e os colocará segundo diversas orientações.
Ele chega, então, às noções de distância, de direção;
passa a prever, antecipar e transpor. Depois que as diferentes direções são
conquistadas pelo indivíduo, a transposição sobre o outro e sobre os objetos é
possível.
Ele desenvolve também a memória espacial, o que lhe possibilita
descobrir os objetos que estão faltando em determinado lugar e reproduzir um
desenho previamente observado. Além disso, se ele tiver uma memória espacial
desenvolvida, não "se esquecerá" dos símbolos gráficos e nem das direções a
seguir.
A partir desta organização espacial a criança chega a
compreensão das relações espaciais. Estas relações espaciais são obtidas graças
a uma estrutura de espaço, sem a qual não conseguiríamos manter relações ao
nosso redor. Esta etapa das relações espaciais baseia-se unicamente no
raciocínio a partir de situações bem precisas, como perceber a relação existente
entre diversos elementos, a relação de simetria, oposição, inversão. Torna-se
capaz de trabalhar com as progressões de tamanho, de quantidade e transposição.
Para Piaget, esta organização aparece com 8 ou 9 anos, época em que ela é capaz
de situar direita e esquerda sobre os objetos em relação a um ponto de vista
exterior.
DIFICULDADES NA ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL
São diversos os
motivos que impedem ou retardam o pleno desenvolvimento da criança, como por
exemplo:
Limitação de seu desenvolvimento mental e
psicomotor;
Crianças tolhidas em suas experiências corporais e espaciais e
que não têm oportunidades de manipular os objetos ao seu redor;
As que não
desenvolveram a noção de esquema corporal, acarretando prejuízo na função de
interiorização;
As que não conseguiram ainda estabelecer a dominância lateral
e nem assimilaram as noções de direita e esquerda através da internalização de
seu eixo corporal;
Insuficiência ou déficit da função simbólica. A criança é
incapaz de associar termos abstratos como direita e esquerda, puramente
convencionais, ao que sente ao nível proprioceptivo;
Dificuldade de
representação mental das diversas noções.
OBS: as causas não se esgotam
nestas.
As conseqüências são às vezes desastrosas nas aprendizagens
escolares.
Muitas crianças não conseguem assimilar os termos espaciais e
confundem-se quando se exige uma noção de lugar, de orientação, tanto no
recreio, quanto nas salas de aulas.
Às vezes, conhecem os termos espaciais,
mas não percebem as posições. Muitas têm dificuldades em perceber as diversas
posições, colocando em risco sua própria aprendizagem, pois não discriminam as
direções das letras. Ex: "n" e "u", "ou" e "on", "b" e "p", "6" e "9", "b" e
"d", "p" e "q", "15" e "51".
Crianças que, embora percebam o espaço que as
circundam, não têm memória espacial. Algumas esquecem, ou confundem os
significados dos símbolos representados pelas letras gráficas.
A falta de
organização espacial é um fator muito encontrado, inclusive nos adultos.
Significa que o indivíduo está constantemente se chocando e esbarrando nos
objetos.
Apresenta muitas vezes indecisões quando tem que se desviar de um
obstáculo, não sabendo para que lado deve ir.
Além disso, não consegue
ordenar e organizar seus objetos pessoais dentro de um armário ou uma
gaveta.
Não consegue prever a trajetória de uma bola ou de um objeto qualquer
quando este é atirado em determinado alvo.
Pode possuir falta de orientação
espacial no papel.
Na escrita não respeita a direção horizontal do traçado,
ocorrendo movimentos descendentes ou ascendentes e não consegue escrever em cima
da pauta.
Na leitura e na escrita, tem dificuldades em respeitar a ordem e a
sucessão das letras nas palavras e das palavras nas frases.
Possui
incapacidade em locomover os olhos durante a leitura obedecendo ao sentido
esquerda-direita e chegando mesmo a saltar uma ou mais linhas.
Na matemática,
poderá apresentar dificuldades em organizar seus números em fileiras e acaba
misturando o que é dezena, centena e milhar.
Terá dificuldade em classificar
e agrupar os elementos.
Dificuldade em reversibilidade e transposição
(conseguida a partir de 8 anos). A noção de reversibilidade possibilita, pouco a
pouco, às crianças a compreensão de igualdades como: 8 + 5 = 3 + 10 7 X 3 = 3 X
7 10 - 3 = 7
Dificuldade para compreender relações espaciais.
A criança
não percebe o que muda de uma figura para outra nas representações
espaciais.
Não percebe as relações como a simetria, inversão, transposição,
elementos adicionados ou subtraídos.
Não consegue realizar desde progressões
mais simples como tamanho, quantidade, ritmos e cores, como progressões mais
complexas, como a variação de dois ou mais elementos numa ordem de sucessão e
simultaneidade, ou mesmo compreensão das relações existente entre as diversas
orientações junta.
OBS: A criança deve adquirir a orientação espacial, quando
age e interage com o meio. Intimamente ligada a ela está a orientação temporal.
Uma pessoa só se movimenta em um espaço e tempo determinados. Não se pode
conceber um sem falar no outro.
6. Estruturação Temporal
As
noções de corpo, espaço e tempo têm que estar intimamente ligadas se quisermos
entender o movimento humano. O corpo coordena-se, movimenta-se continuamente
dentro de um espaço determinado, em função do tempo, em relação a um sistema de
referência. É por esta razão que sempre nos referimos à orientação
espaço-temporal de forma integrada.
Existem dois tipos de tempo: estático
e dinâmico.
Quando um autor de um romance histórico, fixa como presente
uma seqüência de eventos em um determinado tempo na história, está trabalhando
com o tempo estático. Todos os acontecimentos terão relação de precedência e
subseqüência com este presente estático e é este final do tempo histórico
relatado por ele.
Nós vivemos no tempo dinâmico, onde o fluxo do tempo
perpassa pelas noções de passado, presente e futuro. Este fluxo do tempo
significa que os acontecimentos do passado são conhecidos, os dos futuro,
desconhecidos ou então podem ser previstos, e os do presente podem ser
experimentados diretamente. Esse fluxo é contínuo no qual os acontecimentos do
futuro passam pelo presente e se torna passado. Possuímos e vivenciamos um
horizonte temporal.
IMPORTÂNCIA DA ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL
Para uma
criança aprender a ler, é necessária que possua domínio do ritmo, uma sucessão
de sons no tempo, uma memorização auditiva, uma diferenciação de sons, um
reconhecimento das freqüências e das durações dos nos das
palavras.
Pode-se perceber uma grande ligação entre a orientação temporal
e a linguagem. A aquisição da palavra supõe uma passagem no tempo, uma vez que a
linguagem é uma sucessão de fonemas no tempo; supõe também uma melodia das
palavras e das frases, uma variação em freqüência e em intensidade e enfim uma
organização dos elementos percebidos.
Um indivíduo deve ter capacidade
para lidar com conceitos de ontem, hoje e amanhã. Uma criança pequena não
consegue extrapolar suas ações para o passado ou o futuro. O seu presente é o
que está vivenciando. Os acontecimentos passados normalmente se encontram
enevoados e entrelaçados com as noções de presente. Ela não percebe as
seqüências dos acontecimentos.
É a orientação temporal que lhe garantirá
uma experiência de localização dos acontecimentos passados, e uma capacidade de
projetar-se para o futuro, fazendo planos e decidindo sobre sua vida.
A
dimensão temporal não só deve auxiliar na localização de um acontecimento no
tempo, como também proporcionar a preservação das relações entre os fatos no
tempo.
A palavra tempo é empregada para indicar os momentos de mudança. O
homem se insere no tempo. Ele nasce, cresce e morre e sua atividade é uma
seqüência de mudanças. O seu organismo vive em função de um certo "relógio
interno", condicionado pelas suas atividades diárias. Normalmente dormimos à
noite e de dia trabalhamos. Isto significa que, quando chega a noite, temos uma
necessidade enorme de nos recolhermos. A hora de dormir é tão determinada pela
quantidade de sono como pelo hábito.
Nunca vemos nem percebemos o tempo
como tal, uma vez que, contrário ao espaço ou à velocidade, ele não é evidente.
Percebemos somente os acontecimentos, ou seja, os movimentos e as ações, suas
velocidades e seus resultados.
ETAPAS DA
ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL
A estruturação temporal tem que ser construída e
exige um esforço, um trabalho mental da criança que ela só conseguirá realizar
quando tiver um desenvolvimento cognitivo mais avançado.
De início a
criança vivência seu corpo, tentando conseguir harmonia em seus movimentos. Mas
este corpo não existe isolado no espaço e tempo e a criança vai, pouco a pouco,
captando essas noções. Este etapa é caracterizada pela aquisição dos elementos
básicos. Seus gestos e seus movimentos vão se ajustando ao tempo e aos espaços
exteriores.
Depois desta fase, vai assimilando também os conceitos que
lhe permitirão se se movimentar livremente neste espaço-tempo. Assimilará noções
de velocidade e de duração próprias a seu dia-a-dia.
Numa etapa
posterior, ele passa a tomar consciência das relações no tempo, irão trabalhar
as noções e relações de ordem, sucessão, duração e alternância entre objetos e
ações. Irá perceber as noções dos momentos do tempo, por exemplo, o instante, o
momento exato, a simultaneidade e a sucessão.
A partir dessa fase, ela
começa a organizar e coordenar as relações temporais. Pela representação mental
dos movimentos do tempo e suas relações, ela atinge uma maior orientação
temporal e adquire a capacidade de trabalhar ao nível simbólico. Ela terá, então
maiores condições de realizar as associações e transposições necessárias aos
ensinamentos escolares, principalmente em relação à leitura, à escrita e à
matemática.
PRINCIPAIS CONCEITOS QUE AS CRIANÇAS DEVEM ADQUIRIR
SÃO:
Simultaneidade – é vivenciada inicialmente através do movimento, de
forma motora. São movimentos que, para serem realizados, têm que aparecer. Por
exemplo, um bebê que move seus braços e pernas ao mesmo tempo. Depois, passa a
se movimentar mais ou menos de forma alternada e em seguida, seqüenciada. É
exatamente ao relacionar seus movimentos juntos e seqüenciados, um após o outro,
que uma criança desenvolve o conceito de simultaneidade. A simultaneidade
requer, para sua realização, que a pessoa possua uma boa coordenação (salvo o
bebê).
Ordem e seqüência – seqüência é denominada como a disposição dosa
acontecimentos em uma escala temporal, de modo que as relações de tempo e a
ordem dos acontecimentos evidenciam-se.
As nossas atividades cotidianas
requerem uma sucessão de movimentos. Para uma criança conseguir colocar em ordem
cronológica suas ações do dia-a-dia precisa ter noção de antes e depois, da
ordem em que seus gestos podem ser realizados (como por exemplo, colocar um
sapato).
Uma criança pequena tem condições de perceber a orem e a
seqüência de acontecimentos, mas só aos 5 anos adquire a noção de seqüência
lógica.
Uma pessoa precisa, pois, adquirir a noção de escala temporal
para assimilar as noções de seqüência.
Duração dos intervalos - os
fenômenos que acontecem no tempo apresentam uma certa duração – tempo curto e
tempo longo – e envolvem as noções de hora, minuto e segundo, isto é, o
tempo.
Uma criança vive o tempo subjetivo. Isto significa que o tempo é
determinado pela sua própria impressão e emotividade. Uma atividade que lhe dá
prazer terá um tempo menor e passará mais rapidamente (pois ela não verá o tempo
passar), do que uma que lhe seja desagradável (que transcorrerá lentamente e
terá um caráter interminável).
Os adultos, também vivem este tempo
subjetivo quando assistimos a uma palestra monótona e sem sentido para nós, ou
quando estamos em uma reunião agradável. Entretanto, não perdemos de vista o
outro tempo, o tempo matemático, sempre idêntico representado pelo tempo
objetivo. Este tempo é fundamental para uma maior organização do mundo em que
vivemos.
Renovação cíclica de certos períodos – é a percepção de que o
tempo é determinado por dias (manhã, tarde e noite), semanas e
estações.
Ritmo – é um dos conceitos mais importantes da orientação
temporal. O ritmo está ligado também ao espaço e a combinação dos dois dá origem
ao movimento. O ritmo não é o movimento, mas o movimento é meio de expressão do
ritmo.
Toda criança tem um ritmo natural, espontâneo. Seu grito e suas
manifestações são ritmados. Tem horas de repouso e horas de impulsos e se
manifesta através delas.
A vida moderna impede-nos de aflorar o nosso
ritmo natural. Estamos constantemente sendo cobrados através do relógio, do
tempo, a realizar tarefas em determinados prazos. Mesmo assim, muito de nosso
ritmo natural se conserva conosco. Cada um tem um ritmo de trabalho, uns são
mais rápidos do que outros.
Temos um relógio corporal do qual normalmente
não tomamos conhecimento. As células e as substâncias químicas de nosso
organismo trabalham com precisão, dentro de um determinado ritmo.
Possuímos um ritmo endógeno, automantido pelo organismo e que é
influenciado pelo ritmo exógeno, ou estímulo externo.
Existem três tipos
de ritmos: motor, auditivo e visual.
O ritmo motor está ligado ao
movimento do organismo que e realiza em um intervalo de tempo constante. Andar,
nadar, correr são exemplos de ritmos motores.
O ritmo auditivo
normalmente é trabalhado em associação com algum movimento. Muitas crianças não
percebem os ritmos auditivos a não ser que estejam realmente unidos ao
componente motor.
O ritmo visual envolve a exploração sistemática de um
ambiente visual muito amplo para ser incluído no campo visual em uma só fixação.
Por exemplo, muitas vezes, os olhos de uma criança, não lêem cm ritmo constante,
isto é, uma palavra atrás da outra. Na escrita, também verificamos o ritmo
quando a criança respeita os espaços entre as palavras e quando consegue ordenar
as letras dentro das palavras e as palavras na frase. Uma letra deve suceder a
outra. A pontuação e a entonação que acompanham uma leitura e uma escrita são
conseqüências das nossas habilidades rítmicas.
O ritmo envolve, a noção
de ordem, de sucessão, de duração e de alternância.
O ritmo permite uma
maior flexibilidade de movimentos, um maior poder de atenção e concentração, na
medida que obriga a criança a seguir uma cadência determinada. Um outro fator
fundamental é a aquisição de automatismo elementares. A percepção de alternância
de tempos fortes e fracos leva à percepção do relaxamento e das pausas. Além
disso, habitua o corpo a responder prontamente às situações
imprevistas.
A atividade psicomotora não tem por objetivo fazer a criança
adquirir os ritmos, senão favorecer a expressão de sua motricidade natural, cuja
característica essencial é a psicomotricidade.
DIFICULDADES EM
ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL
Uma criança com problemas de orientação temporal
pode não perceber os intervalos de tempo, isto é, não perceber os espaços
existentes entre as palavras. Não percebe também o que vai mais depressa e mais
devagar. Normalmente esta criança escreve as palavras de forma ininterrupta, sem
espaço entre elas, além de misturar os fatos.
A criança pode apresentar
confusão na ordenação e sucessão dos elementos de uma sílaba, isto é, não
percebe o que é primeiro e o que é último, não se situa antes e depois.
A
criança não se organiza, também, na direção esquerda-direita.
Pode haver
problema na falta de padrão rítmica constante. A falta de ritmo motor ocasiona
uma falta de coordenação na realização dos movimentos.
Uma criança que
tenha falta de padrão rítmico visual, ao ler algum trecho, seus olhos "grudam"
em um canto da página e não se movem visualmente nem para frente, nem para trás,
tornando a leitura pobre e comprometida.
Dificuldade na organização do
tempo. A criança não prevê suas atividades. Demora muito em uma tarefa e não
consegue terminar as outras por falta de tempo. Muitas vezes não tem noções de
horas e minutos.
Uma organização espaço-temporal inadequada pode
provocar também um fracasso em matemática, pois os alunos precisam ter noção de
fileira e coluna para organizar os elementos de uma soma:
250 ao invés de
250
- 22 - 22
Eles podem apresentar, também, má utilização dos
termos verbais. A criança deve saber distinguir: "ontem eu fui ao cinema" de
"amanhã irei ao teatro".
Dificuldades em representação sonora. As
crianças se esquecem da correspondência dos nos com as respectivas letras que os
representam, especialmente quando se trata de realizar ditados.
Quando a
criança desenvolveu as estruturas espaciais, mas não tem ainda as temporais,
torna-se uma "repetidora de palavras". Isto evidencia que reconhece as relações
espaciais existentes na página, identifica as palavras, mas não consegue
integrá-las no tempo; elas ficam separadas e, portanto, a criança não percebe o
sentido. Acaba, conseqüentemente, compreendendo muito mal o conteúdo. Sua
escrita também fica comprometida, pois esta envolve uma seqüência de
acontecimentos no tempo. A criança apresenta, então, inversões, omissões e
adições.
Quando a criança é organizada no tempo, mas não no espaço,
torna-se uma leitora pobre, demora muito tempo para ler e, portanto, fica muito
dependente do contexto. Muitas vezes substitui sinônimos que preservam o
contexto, mas não reproduzem o que está na página. Ela odeia ler, mas assimila
um vasto número de informações auditivas, as quais pode manipular com grande
facilidade. Seqüências complexas não lhe causam problema, mas exibições visuais
simples frustram-na.
7. Discriminação Visual
Um aparelho
visual e auditivo íntegro é um pré-requisito muito importante para a
aprendizagem da leitura e da escrita. Mas isso não é suficiente.
Quando
uma criança nasce, seus neurônios ligados à retina estão ainda muito imaturos.
Ela só reage à luz muito forte, não percebe as nuanças luminosas. As informações
visuais que seus receptores externos levam ao córtex cerebral são geralmente
distorcidas.
Com o amadurecimento do sistema nervoso, seu aparelho visual
vai também amadurecendo e a criança vai conseguindo distinguir os objetos e
pessoas de seu meio de maneira satisfatória. Ela consegue isto através da
associação com outros dados receptores.
Mas só isto não é suficiente. A
criança precisa também aprender a controlar o movimento de seus olhos. Ela
precisa ser capaz de dirigi-los para um determinado ponto, precisa direcioná-los
intencionalmente para algum lugar. Para isto precisa ter um controle rigoroso e
preciso dos músculos extra-oculares.
Kephart afirma que o problema é
aprender a controlar um mecanismo que está trabalhando com perfeição. Isto
significa que, mesmo com uma estrutura muscular do olho perfeita, é necessário
construir um padrão de impulsos neurológicos que a capacitará a controlar este
mecanismo com precisão, que a auxiliará a desenvolver uma maior percepção
visual.
A acuidade visual é a capacidade de ver e diferenciar objetos
apresentados no seu campo visual com significado e precisão. O que a pessoa vê é
o resultado de um processo psicofísico que integra forças gravitacionais,
ideação conceitual, orientação perceptivo-espacial e funções de linguagem.
Um exercício que é aplicado em crianças e pedir para elas procurarem
palavras nos caça-palavras. Esse exercício tem como objetivo, proporcionar um
maior controle ocular, estimular a atenção e concentração e, compreender os
objetos apresentados em seu campo visual.
Outra habilidade que a
criança precisa desenvolver é a retenção dos símbolos visuais apresentados, tais
como letras, palavras, sinais de transito; isto é, desenvolver a memória visual.
É também pela memória visual, que uma criança consegue discernir letras que
possuem o mesmo som, como por exemplo, as que pode ser representado por ssa como
por ça. A palavra a ser escrita deve estar retida em nossa memória
visual.
A partir do momento em que a criança tem condições de discriminar
as diversas letras, integrar os símbolos, desenvolver a memória visual, ela
atinge a etapa de organização visual. O aspecto perceptivo-lingüístico, chave da
organização visual, é a integração significativa do material simbólico com
outros dados sensoriais.
Uma criança que possua discriminação visual
pobre pode apresentar uma maior incidência na confusão de letras simétricas
como, por exemplo, na forma das letras d e b, n e u, p e q.
Outro tipo de
troca pode ser registrado quanto às letras que diferem em pequenos detalhes: o e
e, f e t, c e e, h e b, a e o. algumas palavras podem ser sujeitas a confusões,
por exemplo, preto em vez de prato. Essa confusão se dá porque a criança não
percebe os detalhes internos das palavras.
Outro problema registrado
decorrente de uma discriminação visual pobre é a movimentação dos olhos de forma
desordenada, pois as crianças não conseguem mantê-los na mesma direção quando
lêem. Acabam lendo várias vezes as mesmas linhas sem perceber, ou pulam frases
inteiras, numa verdadeira falta de controle ocular.
8. Discriminação
Auditiva
A discriminação auditiva é passível de aprendizagem.
Esta
capacidade de responder aos estímulos auditivos é o resultado de uma integração
das experiências com a organização neurológica.
Os nossos receptores
auditivos têm que ser capazes de mandar as estimulações sonoras para o cérebro
que processará, selecionará e armazenará as informações na memória. Se estas
informações forem distorcidas, o cérebro também processará informações
distorcidas.
A discriminação auditiva está muito ligada à atividade
motora, mais precisamente com a escrita e particularmente o ditado.
Uma
perfeita discriminação auditiva pressupõe uma acuidade auditiva íntegra, mas uma
acuidade íntegra não implica na perfeita discriminação
auditiva.
Discriminação auditiva significa a capacidade de sintetizar os
sons básicos da linguagem, a habilidade de perceber a diferença existente entre
dois ou mais estímulos sonoros.
Acuidade auditiva seria a capacidade do
indivíduo de captar e notar a diferença entre vários sons e entre intensidades
diferentes. Capacidade de captar e diferenciar sons e a intensidade e a altura
que lhes correspondem.
A leitura exige a associação do som percebido a
uma grafia. É necessário que para isto eles tenham verdadeiramente uma boa
discriminação auditiva, além de uma capacidade de simbolização, decodificação e
memorização. Quando as crianças decodificam, estão dando um significado a muitos
sons que ouviram.
A memória auditiva é também muito importante, pois
favorece a retenção e recordação das palavras captadas auditivamente. Muitas
crianças têm dificuldades de discriminação porque se esquecem do som que as
letras representam.
As principais letras que são passíveis de serem
confundidas pelo som pela criança que não tenha uma discriminação auditiva
satisfatória. Trocas de:
F por V; B ou J (foi por voi, ou joi)
P
por B (ponte por bonte)
CH por J, ou V (chapa por japa)
D por B,
ou T (dado por bado ou tado)
T por D (tatu por dadu)
S por Z
(sonho por zonho)
C por G (cartaz por gartaz)
Algumas vogais
nasais (exemplo: na, en, in, on, un) também são confundidas pelas orais
correspondentes (a, e, i, o, u); exemplos: então (etão); inverno
(iverno).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Gislene de
Campos. Psicomotricidade: Educação e reeducação num enfoque psicopedagógico.
Petrópolis: Vozes, 2002. (Cap.2. Desenvolvimento da psicomotricidade. p.
41-103).
FONTE:
http://oficinapsico.blogspot.com.br/
Oi Amiga, vim dar uma passeada aqui pelo seu blog para ver se eu conseguia alguma luz. Meu filho vai fazer 7 anos agora em julho e ele me pedi muito para que eu fale na reunião dos pais com as professoras que passem mais atividades fora da rotina, nas palavras dele é claro.
ResponderExcluirE resolvi atende-lo e estou fazendo um ofício com algumas sugestões, dentro do plano de aula , mas, com um ambiente mais descontraido, entende?
Adirei o blog.
U, gde Bjos
Mary