ALFABETIZAÇÃO:
LETRA IMPRENSA X LETRA CURSIVA
LETRA IMPRENSA X LETRA CURSIVA
Janaína Albani Dias, Renata Brogni da Silva
Com o passar dos tempos torna-se cada vez mais importante a crescente
preocupação com relação à alfabetização. Governo, educadores, escolas e pais
unem-se para que cada vez mais, tenhamos crianças bem alfabetizadas, formadas e
tornando-se, futuramente, cidadãos críticos e profissionais qualificados.
A
atenção com as classes de alfabetização é um dos pontos mais relevantes e
considerados pela educação atual, pois é a base para toda a vida escolar do ser
humano. É também nestas classes que os alunos tomam “gosto” pelo estudo. Desta
forma, se a atividade escolar não for prazerosa, motivadora e se os professores
não tornarem a educação, em especial a alfabetização, uma prática agradável, as
chances dos alunos desanimarem e desapontarem-se é bastante grande.
A real
preocupação com a alfabetização surgiu com o renascimento (século XV e XVI), uma
vez que eram publicados livros para um público bem maior e a leitura deixou de
ser coletiva e passou mais individual.
Como conseqüência da preocupação com a
alfabetização surgem as primeiras “cartilhas”, com o objetivo único de dar
ênfase a leitura. Depois de 1950 a cartilha passou por uma grande transformação,
objetivando, a partir de então, a escrita dos alunos.
Atualmente, a prática
escolar adotada, ainda baseia-se na cartilha tradicional. Porém, conforme afirma
cagliari (1999, p. 31): “O processo de alfabetização pode ser diferente do
método das cartilhas, procurando equilibrar o processo de ensino com o de
aprendizagem, apostando na capacidade de todos os alunos para aprender a ler e
escrever no primeiro ano escolar e desejando que essa habilidade se desenvolva
nas séries seguintes, até chegar ao amadurecimento esperado pela escola”.
A
escola, nos últimos anos, foi bastante surpreendida pelas inovações dos campos
da ciência e da tecnologia. Com esses avanços, muitas teorias acerca da
aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo, da leitura, da escrita e da
alfabetização foram sendo complementadas, discutidas e reconstruídas
necessitando trazer consigo reformulações dos métodos educacionais.
Pensando
nessas mudanças, questionamos: será que além de todas as dificuldades que os
alunos já enfrentam no processo de alfabetização, eles têm a necessidade de
aprender a ler e escrever a letra cursiva, cuja sua utilização nos tempos atuais
encontra-se quase que exclusivamente na escola? Pois não a encontramos em nenhum
outro lugar no contexto social? Porque a maioria dos professores continuam
trabalhando com a letra cursiva, exigindo esta aprendizagem, muitas vezes como
critério de aprovação?
Em função desta contradição (aprendizagem em letra
cursiva X contexto social em letra bastão), identificamos a necessidade de uma
pesquisa aprofundada, já que na literatura atual não há quase nada que se refira
diretamente a este assunto.
Gostaríamos de salientar a relevância deste
artigo, para a educação, pois verificamos, ser este um assunto bastante polêmico
entre professores. Assim, esperamos que contribua e auxilie os professores
alfabetizadores para que melhor desempenhem seu trabalho.
Considerada uma
questão bastante complicada e duvidosa, muitos professores não sabem que tipo de
letra utilizar para alfabetizar de forma mais eficaz:, bastão ou cursiva? Veja,
um quadro descritivo das características das letras cursivas e bastão.
Como o
objetivo da escola deve ser o de preparar cidadãos críticos capaz de transformar
a realidade para melhor, a proposta de alfabetização deve naturalmente
adequar-se às exigências da realidade atual. Realidade esta, em que a letra
bastão esta presente em todos os momentos da vida de uma criança: em livros,
televisão, revista, jornais, embalagens, rótulos, no teclado do computador.
Ficando a escola como um dos únicos espaços sociais em que privilegia a escrita
com letra cursiva. Muitos educadores dedicam parte do seu tempo treinando o
alfabeto manuscrito com seus alunos, apesar de viverem num mundo onde a letra de
forma é dominante. Desta forma, percebe-se uma grande perda de tempo e esforço
por parte dos alunos e professores que tentam insistentemente a grafia da letra
cursiva. Tempo este que poderia e deveria ser melhor aproveitado, com atividades
desafiadoras com objetivos reais para o crescimento de seus
alunos.
Percebe-se então, a dificuldade com que se defrontam estas crianças,
que recém aprendendo a ler e escrever depara-se com obstáculos criados e na
maioria das vezes impostos pela própria escola, que na maioria das vezes obrigam
seus alunos a utilizar a letra cursiva, sendo em muitos casos um inibidor de
avanços e aprendizagens, podendo trazer conseqüências bastante sérias e graves,
como, por exemplo, o fracasso escolar.
Segundo ferreiro, (apud nova
escola, 1996, p. 11) começar a alfabetização com letra bastão é uma tentativa de
respeitar a seqüência do desenvolvimento visual e motor da criança.
No
entanto, em vez dos professores despenderem a energia de seus alunos no
aprendizado da letra cursiva, poderia utilizá-la para outras atividades mais
importantes e necessárias para a vida dos alunos, como por exemplo: leituras,
jogos, brincadeiras, músicas, etc. convictas de que as classes de alfabetização
são a base para a vida escolar do aluno. Assim, esta deve ser uma etapa
encantadora e estimulante para que a criança siga com entusiasmo sua vida
escolar com motivação e determinação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ADRIANA, Vera e Silva. Bastão X Cursiva, os prós e os contras de cada letra na alfabetização. São Paulo: Ed. Abril, n. 99, XI, p. 8-16, dez 1996.
CAGLIARI, Luiz Carlos.
Alfabetização sem o ba, be, bi, bo, bu. Pensamento e ação no magistério. São
Paulo: Editora Scipione, 1999.
Ministério da Educação e do Desporto.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros curriculares
Nacionais. Brasília: MEC/SEF.1997
Revista Nova escola: Entrevista realizada
com Emilia Ferreiro: 1996. p. 11
Publicado em 23/10/2006 19:46:00
FONTE:
www.psicopedagogia.com.br
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