Dislalia é a má formação da articulação de fonemas, dos sons
da fala. Não é um problema de ordem neurológica, mas de ordem funcional,
referente à forma como estes sons são emitidos”, explica a fonoaudióloga Rosane
Paiva. Segundo ela, este som alterado pode se manifestar de diversas formas,
havendo distorções, sons muito próximos mas diferentes do real ; omissão, ato em
que se deixa de pronunciar algum fonema da palavra; transposições na ordem de
apresentação dos fonemas (dizer mánica em vez de máquina, por exemplo); e, por
fim, acréscimos de sons. Estas alterações mais comuns caracterizam uma
dislalia.
Rosane explica que a dislalia pode ser fonética, quando o problema se
apresenta somente na alteração constante de fonemas mas a criança conhece o
significado da palavra, ou fonológica, quando a criança simplesmente não ordena
de modo estável os sons de sua fala. Para evitar tais problemas,a Fonoaudiologia
deve ser também preventiva: “
A maioria das pessoas ainda não tem o hábito de fazer uma avaliação
fonoaudiológica preventiva, nos primeiros anos de vida, como ocorre no que diz
respeito à Pediatria. Mas eu penso que se deve estar atento também à saúde da
voz, da fala e da audição, e acompanhar este desenvolvimento, principalmente
quando se pretende expor a criança a uma aprendizagem formal, na idade certa”-
diz Rosane.
Muitos fatores, segundo a fonoaudióloga, podem influir para que
dislalias venham a surgir: “crianças que usam a chupeta por muito tempo, ou que
mamam na mamadeira por tempo prolongado, ou mesmo aquelas que mamam pouco tempo
no peito terminam por alterar as funções de mastigação, respiração e
amamentação. Estas crianças podem apresentar um quadro de dislalia”- explica. E
ressalta que, embora não se possa dizer que haja uma relação direta, é inegável
que tais crianças acabem apresentando flacidez muscular e postura de língua
indevida, o que pode ocasionar dislalia. Sendo assim, a dislalia pode ser
prevenida por mães bem orientadas durante a amamentação e o pré-natal.
O tratamento da dislalia varia de acordo com a necessidade de cada criança.
Em primeiro lugar, é feita uma avaliação após um contato com a família, e faz-se
um levantamento histórico da criança para, só depois, iniciar o trabalho com a
percepção dos sons que ela não executa. Rosane explica que existem crianças que
têm dificuldade de perceber auditivamente os sons. O fonoaudiólogo deve, então,
usar recursos corporais e visuais para chegar ao seu objetivo. Outras crianças
apresentam línguas hipotônicas (flácidas), o que às vezes chega a ocasionar
alterações na arcada dentária. Ou ainda, mostram falhas na pronúncia de certos
fonemas devido a postura e respiração deficientes. “Para cada criança, tem-se um
procedimento diferente, mas, em geral, o fonoaudiólogo atua, na terapia, sobre a
falha e a dificuldade, usando, de preferência, meios lúdicos para ampliar a
possibilidade de utilização dos sons, até que a criança se sinta segura”-
explica.
Recadinho para os Professores:
-Repetir somente a palavra correta para que a criança não fixe a forma errada
que acabou de pronunciar.
- É importante que o professor articule bem as palavras, fazendo com que as
crianças percebam claramente todos os fonemas.
- Assim que perceber alterações na fala de um aluno, o professor deve evitar
criar constrangimentos em sala de aula ou chamar a atenção para o fato. O
recomendável é que não se espere muito tempo para avisar a família e procurar um
fonoaudiólogo.
- Uma criança que falta às aulas regularmente por problemas de audição, como
otites frequentes, requer maior atenção.
- Os professores devem ser bem -orientados em relação a estes fatores e ,
para isto, é preciso que haja interação entre eles e os fonoaudiólogos.
- O ato da fala é um ato motor elaborado e, portanto, os professores devem
trocar informações com os educadores esportivos e professores de Educação
Física, que normalmente observam o desenvolvimento psicomotor das crianças.
- O ideal é que a criança faça uma avaliação fonoaudiológica antes de iniciar
a alfabetização, além de exames auditivos e oftalmológicos.
Dislalia
Até quatro anos de idade é normal erros na linguagem da criança, mas depois
desta idade se a criança continuar falando errado pais e professores devem ficar
atentos porque a criança pode ter dislalia.
Dislalia é a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra
falada. A dislalia são falhas de articulação que podem ter origem funcional ou
orgânica. Na dislalia de origem funcional a criança não sabe mudar a posição da
lingua e dos lábios e na dislalia de origem orgânica podem ser defeitos na
arcada dentária, lábio leporino, freio da lingua curto e lingua de tamanho acima
do normal.
Tipos de Dislalia:
Omissão – não pronuncia alguns sons – “Omei ao ola”(Tomei coca-cola).Substituição – troca alguns sons pôr outros – “Telida mamãe”(Querida mamãe).Acréscimo – Acrescenta mais um som – “Oceano Atelântico”(Oceano Atlântico).Rotacismo – substitui o r pela letra L – “tleis”(Três).Gamacismo – omite ou substitui os fonemas k e g pelas letras d e t – “tadeira” (cadeira), “dato”(gato).Lambdacismo – pronuncia a letra L de maneira defeituosa – “palanta” (planta), “confilito” (conflito).Sigmatismo – usa de forma errada ou tem dificuldade em pronunciar as letras s e z (às vezes não consegue nem soprar ou assobiar).
Na dislalia funcional é muito freqüente em caçulas, porque eles tendem a
conservar as formas de articulação infantis muitas vezes pôr terem uma posição
importante na família e não necessitarem de muito esforço para serem
compreendidas.
A dislalia funcional pode acontecer com filhos de estrangeiros porque em casa
usam uma lingua e na escola a lingua corrente do pais, o que obriga a criança
ter ao mesmo tempo dois sistemas de articulação. A dislalia pode interferir no
aprendizado da lingua escrita também e podendo também acarretar outros problemas
na aprendizagem.
No tratamento da dislalia é importante um trabalho interdiciplinar de
profissionais como: fonoaudiologo, psicopedagogo, dentista e
psicólogo.
Andréa do Nascimento Preto
Muito treino para falar bem
Sou diretora de um berçário e notei que uma das crianças, de 3 anos, gagueja
e pronuncia as palavras de forma incorreta. Além disso, ela é muito ansiosa e
intranquila. Sei que até os 4 anos é normal que uma criança fale com alguns
erros. Mas quero ajudá-la agora, para evitar problemas na alfabetização.
Gostaria de conhecer técnicas modernas em fonoaudiologia, como por exemplo
softwares para melhorar a fala.
Rita de Cássia Tamborra
Osasco,
SP
O período entre os 2,5 e os 5 anos de idade é caracterizado por um intenso
desenvolvimento, não só línguístico mas também motor, cognitivo e emocional.
Durante essa fase são comuns a gagueira e as trocas ou ausências de sons
(fonemas) em certas palavras, problema que vai desaparecendo à medida que a
criança amadurece. Sua persistência após os 4 anos de idade, porém, pode ser
considerada patológica e merece avaliação específica de um fonoaudiólogo.
Por enquanto, não esqueça que o processo de desenvolvimento da fala faz parte
de um processo maior, que é o de aquisição da linguagem. Nele atuam não só as
condições físicas do aparelho vocal mas também aspectos ambientais e afetivos
que fazem parte da vida da menina ou do menino. Para avaliar o aluno dentro
dessa perspectiva global, procure conhecer sua história de vida, avalie sua
saúde geral, observe como ele dorme e se alimenta, como são seus contatos
sociais e como ele brinca. Caso perceba problemas em algum desses setores,
aconselhe os pais a consultarem um médico e/ou um psicólogo.
Outra coisa: para aprender a falar, a criança precisa ter uma perfeita
percepção dos sons. Muitas crianças falam “errado” porque não conseguem
distinguir os sons e ruídos gerados no ambiente ao seu redor.
Certas atividades lúdicas relacionadas à estimulação auditiva, com tarefas de
atenção, discriminação e memorização de sons desenvolvidas na escola, podem
ajudar a corrigir essa falha, sendo úteis também para o restante da classe. Por
exemplo: ouvir uma poesia curta e repetir os versos; aprender a cantar uma ou
mais estrofes de uma música conhecida; distinguir entre vários sons gravados;
fazer ruídos que exercitem os órgãos encarregados da fala (lábios, língua e
bochechas).
Ao mesmo tempo, oriente os professores para não criticar ou completar a fala
do pequeno, evitando também demonstrar ansiedade ou pressa diante de suas
tentativas para articular as palavras. Se a criança for colocada sob muita
pressão, a gagueira ou a troca de fonemas, consideradas normais e passageiras,
podem se instalar definitivamente. Por outro lado, mudanças no padrão de
relacionamento dos adultos com ela podem levar à melhora dos distúrbios por
diminuir a presença de fatores estressantes.
Se, apesar de todos os esforços, as dificuldades de fala persistirem, é hora
de procurar um profissional competente, pois o aluno pode estar sofrendo de
dislalia, que é a troca do “r” pelo “l” (fala do Cebolinha), ou de disartria, um
distúrbio nos centros nervosos relacionados à fala.
Em tempo: desconheço a existência de softwares que ajudem na elaboração da
fala.
FONTE:
http://psicopedagogiacomamo.no.comunidades.net
É uma questão complicada e delicada. Já encaminhei alguns alunos para fonoaudióloga e observamos ótimos resultados. No entanto não são resultados rápidos, o que deixa os pais angustiados, fazendo com que às vezes até desistam do tratamento.
ResponderExcluirAgora no 1º ano tenho novamente alunos com as características da dislalia, mas é muito difícil conseguir especialista que atenda os alunos no sistema público.
Abraço e parabéns pelo texto divulgado.