Em 1943, o AUTISMO foi conceituado pela primeira vez por Leo Kanner, como uma doença da linha das psicoses, por ser um transtorno neurológico significativo, cuja incidência em crianças é maior do que a soma dos casos de AIDS, câncer e diabetes juntos. Caracterizada por isolamento extremo, alterações de linguagem representadas pela ausência de finalidade comunicativa, rituais do tipo obsessivo com tendência a mesmice e movimentos estereotipados. Nessa abordagem, a doença tinha suas origens em problemas das primeiras relações afetivas entre mãe e filho, que comprometiam o contato social, idéia extremamente difundida até meados dos anos 70. Hoje, essa doença é definida como um conjunto de sintomas de base orgânica, com implicações neurológicas e genéticas. Atualmente, o autismo é uma área de intenso interesse, em que diferentes estudos se estabelecem e promovem desde alterações conceituais até modificações terapêuticas de fundamental importância.
O AUTISMO é descrito como uma SÍNDROME COMPORTAMENTAL com causas múltiplas, decorrente de um DISTÚRBIO DE DESENVOLVIMENTO . É caracterizado por DÉFICIT NA INTERAÇÃO SOCIAL, ou seja, INABILIDADE PARA SE RELACIONAR COM O OUTRO, usualmente combinado com DÉFICIT DE LINGUAGEM e ALTERAÇÃO DE COMPORTAMENTO. Os sinais e sintomas aparecem antes dos 3 anos de idade e, em cada 10.000 crianças, de quatro a cinco apresentam a doença, com predomínio em indivíduos do sexo masculino (3:1 ou 4:1).
Alguns SINAIS E SINTOMAS do AUTISMO
A criança autista prefere o isolamento. O autismo é caracterizado por diversos distúrbios:
- de percepção, como por exemplo dificuldades para entender o que ouve;
- de desenvolvimento, principalmente nas esferas motoras, da linguagem e social;
- de relacionamento social, expresso principalmente através do olhar, da ausência do sorriso social, do movimento antecipatório e do contato físico;
- de fala e de linguagem que variam do mutismo total: à inversão pronominal (utilização do você para referir-se a si próprio), repetição involuntária de palavras ou frases que ouviu (ecocalia);
- movimento caracterizado por maneirismos e movimentos
ATENÇÃO! EXISTE TRATAMENTO PARA AUTISMO
Hoje, o tratamento do autismo não se prende a uma única terapêutica. O uso de medicamentos, que antes desempenhava um papel de fundamental importância no tratamento (devido à crença da relação do autismo com os quadros psicóticos do adulto), passa a ter a função de apenas aliviar os sintomas do autista para que outras abordagens, como a reabilitação e a educação especial, possam ser adotadas e tenham resultados eficazes.
QUANTO À REABILITAÇÃO DA CRIANÇA AUTISTA
A propostas de reabilitação substituem os modelos psicoterápicos de base analítica das décadas de 50 e 60, quando a doença era considerada uma conseqüência de distúrbio afetivo. Esses modelos de reabilitação podem então ser caracterizados como: ·
- Modificação de comportamento;
- Terapia de "Holding";
- Aproximação direta do paciente;
- Comunicação facilitada; ·
- Técnicas de integração sensorial; e
- Treino auditivo.
Educação especial para o autista
Dentre os modelos educacionais para o autista, o mais importante, neste momento, é o método TEACCH, desenvolvido pela Universidade da Carolina do Norte e que tem como postulados básicos de sua filosofia:
- a) propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com as potencialidades e a faixa etária do paciente;
- b) funcionalidade (aquisição de habilidades que tenham função prática);
- c) independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior autonomia possível);
- d) integração de prioridades entre família e programa, ou seja, objetivos a serem alcançados devem ser únicos e a estratégias adotadas devem ser uniformes.
Dentro desse modelo, é estabelecido um plano terapêutico individual, onde é definida uma programação diária para a criança autista. O aprendizado parte de objetos concretos e passa gradativamente para modelos representacionais e simbólicos, de acordo com as possibilidades do paciente.
A escolha da Cor AZUL
O azul foi definido como a cor símbolo do autismo porque a síndrome é mais comum nos meninos — na proporção de quatro meninos para cada menina.
FONTE:
Belo texto e maravilhosa sua iniciativa de esclarecer.
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